Depois de vender a Forall Phones e lançar a Relive, José Costa Rodrigues decidiu criar a New Capital, que se apresenta como uma "plataforma de educação", que ensina não-profissinais e curiosos a poupar e investir. Foi lançada há cerca de uma semana e, antes de estar disponível ao público, já tinha 10 mil pré-registos. E porquê? O empreendedor considera que, para além de o negócio per si ser uma ideia interessante, o "ativo-chave é confiança", já que algumas pessoas no meio já conheciam o seu trabalho.
Em entrevista ao The Next Big Idea, o fundador da New Capital refere que nos últimos dois anos "houve um interesse crescente no mercado de forex (compra e venda de moeda)". No entanto, relembra que se gerou uma desconfiança em torno deste ramo, devido aos inúmeros esquemas em pirâmide associados ao forex, que foram ganhando força. "As pessoas querem investir, mas têm medo de investir", acrescenta.
A New Capital foi um projeto, afirma, muito amadurecido. "Este foi provavelmente o negócio sobre o qual eu mais ponderei antes de avançar" por "criar conteúdo educacional", diz José Costa Rodrigues. A ideia veio ainda dos tempos de estudante, nos Estados Unidos, e tornou-se oportuna durante a pandemia. "Muitos dos meus colegas em Stanford já falavam muito nisto. Nós às vezes abríamos o telemóvel para fazer scroll no Instagram e eles faziam scroll na plataforma deles de investir em ações em mercados financeiros. Quando a pandemia atacou, ficámos mais fechados, mais agarrados às redes sociais, e foi a altura em que estas plataformas muito cresceram", afirma o fundador da New Capital.
Com apenas cinco elementos de áreas diferentes na equipa por detrás da plataforma, José Costa Rodrigues frisa que "quando se começa um negócio, não se pode começar sozinho, tem de se ter uma equipa que seja complementar. Mas também não se pode pensar no que se deve estar a dar para fazer a cada pessoa, por serem tantas". O empreendedor afirma ter uma "equipa em qualidade e não em quantidade", com a qual avançou sozinho, ou seja: sem investidores. "Aconselho sempre a começarmos pequeninos, com o nosso próprio pé", refere.
Para já, o serviço é gratuito, mas há a possibilidade de, no futuro, ser pago. E o fundador da New Capital é claro nesta questão – "um negócio só é um negócio se tiver vendas" – e destaca a necessidade de "monetizar" a New Capital. "Assim que tivermos a plataforma mais desenvolvida, queremos criar conteúdos mais personalizados", esclarece. "Esse tipo de conteúdos, que já não é para beginners (iniciantes), vamos começar a disponibilizar ou por subscrição ou por cursos", remata.
Sobre a eficiência desta ferramenta, José Costa Rodrigues deixa o aviso: "por este mundo fora já há muitas plataformas. A New Capital não vai trazer algo de revolucionário nesse sentido". Mas, explica o fundador, vai filtrar a informação, resumi-la, adaptá-la ao contexto português e partilhá-la. "Há tanta informação em tantos sítios, e eu não tenho tempo para ir beber informação de tantos sítios diferentes", acrescenta.
O fundador da New Capital aponta falhas na literacia financeira no nosso país e reitera que as formações deste serviço vão ser "muito práticas" assentar em três bases: poupar e saber gerir créditos, empreender e apoiar à criação de negócio, e investir. "O que eu tenho feito ao longo dos anos é isto: primeiro poupei, com essas poupanças empreendi, e só mais tarde, com os proveitos e os lucros do negócio, é que comecei a investir", conta.
José Costa Rodrigues reforça ainda que a plataforma é lançada numa "altura em que toda a gente está a falar de mercados". E é precisamente por esse motivo que considera esta "uma fase mais perigosa e mais instável". É neste contexto que clarifica que a filosofia da New Capital se centra primeiro na aprendizagem e só depois no investimento. "Se queres fazer dinheiro fácil tens de ir procurar noutro sítio, porque aqui não será possível".
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