Em comunicado, o movimento refere que “sob a capa de um aparente ambientalismo”, o OE2021 apresenta medidas muito pouco ambiciosas para a resolução da crise climática” e que “menos de 2% da despesa total do Orçamento de Estado foram canalizados para este programa orçamental do Ministério do Ambiente e Ação Climática”.
O programa orçamental do Ministério do Ambiente e Ação Climática enumera “1001 planos, ações, estratégias e políticas estruturais já de sua natureza insuficientes, ainda para mais com um financiamento tão fraco”.
Para a associação, o Governo é claro nas opções que toma ao dar "mais 500 milhões para salvar a TAP e, no mínimo, outros 200 milhões para o Novo Banco. A prioridade é salvar o setor da aviação e o setor bancário”.
Os jovens ativistas destacam as iniciativas relacionadas com a melhorias nos transportes inscritas no Orçamento, mas criticam o facto de estas estarem limitadas à realidade de duas grandes cidades.
“Após décadas de negligência na rede nacional ferroviária, tudo o que o Governo do PS consegue apresentar são investimentos nas linhas de metro de Lisboa e do Porto. Então e a Linha do Oeste? E a Regional do Algarve? E a ligação Lisboa-Madrid que foi interrompida? Onde está a referência ao projeto de alta velocidade Lisboa-Porto? Mais uma utopia para juntar ao enorme e pesado portefólio da ferrovia?, questionam.
Na nota fazem ainda referência aos 'lobbies' financeiros dos autocarros que, dizem, quererem ditar a forma como é resolvida ou não a crise climática.
“O gás natural não é um gás de transição, é um combustível fóssil, é tão natural como o petróleo! Aquilo que o OE faz é camuflar combustíveis fósseis que aparentemente levam a uma “transição energética justa”, alegam.
Outra das considerações prende-se com o carvão como fonte de produção de energia que dizem tem de ser abandonado, mas não suficiente para procedermos a uma verdadeira transição energética.
“Com o encerramento das centrais termoelétricas de Sines e do Pêgo, a grande aposta deveria ser em energias renováveis, tentando ao mesmo tempo salvaguardar os postos de trabalho, coisa que o Governo não faz”, insiste o movimento, lembrando que já mais de 800 trabalhadores foram despedidos da Central de Sines.
A GCE inicia hoje uma campanha que se irá debruçar sobre esta temática do OE através de artigos, ‘lives’ e entrevistas a deputados, estando previsto para quinta feira uma conversa com o economista Ricardo Paes Mamede.
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