Contactado pela Lusa, o deputado comunista Bruno Dias disse que “colocar a questão de uma ‘redução transversal’ do IRC, conforme a expressão do ministro da Economia, na verdade traduz uma opção política de beneficiar aqueles que – ao contrário das micro, pequenas e médias empresas – contribuem muito menos do que seria exigível”.

No domingo, o ministro da Economia, António Costa Silva, disse que, “face à crise” que o país está a atravessar, uma “redução transversal” do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC) seria “extremamente benéfica” e um “sinal extremamente importante para toda a indústria” portuguesa.

Na ótica do PCP, essa proposta reflete apenas que “continua a haver uma situação de grande injustiça e de grande desigualdade” para com os trabalhadores por conta de outrem e as empresas de menor dimensão, “ao passo que os grandes grupos económicos continuam a viver acima das possibilidades”.

“Há uma opção política cada vez mais clara de favorecer os grandes grupos económicos”, reforçou o dirigente do PCP.

Bruno Dias acrescentou que António Costa Silva é o mesmo ministro que diz que as grandes empresas “não estavam preparadas para a tributação” sobre os lucros extraordinários.

Se isto seria “sempre inadmissível” em “qualquer altura”, continuou o deputado comunista, hoje é “quase chocante” face à degradação das condições de vida dos portugueses.

“O Governo pelos vistos considera que os grandes grupos económicos só estão preparados para os lucros, não estão preparados para serem tributados. O povo é que tem de estar preparado para o aumento da fatura da energia, do preço da renda e da conta do supermercado”, rematou.

Atualmente a taxa de IRC é de 21% sobre o lucro das empresas até 1,5 milhões de euros. A esta taxa acresce uma derrama estadual para as empresas com maior lucro e, ainda, uma derrama municipal.

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