Segundo disse à agência Lusa fonte da CT da Autoeuropa, 74,8% dos trabalhadores rejeitaram o pré-acordo alcançado com a administração da empresa para a implementação dos novos horários por turnos, que obteve apenas 23,4% de votos favoráveis num universo de 3.472 votantes.
"Conseguimos negociar uma compensação financeira para os horários que a empresa pretende implementar para assegurar a produção do novo veículo T-Roc, sendo que esses horários são legais e deverão ser aplicados pela empresa, apesar desta votação", disse à agência Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, Fernando Sequeira.
"Receio que nos trabalhadores que votaram pelo `não´ ao pré-acordo não tenham percebido que pode estar em causa, pelo menos, uma parte da produção do novo veículo T-Roc na Autoeuropa", acrescentou o coordenador da CT, que se escusou a explicar até que ponto a recusa do pré-acordo poderá comprometer o futuro da fábrica de Palmela.
Em comunicação enviada sexta-feira aos funcionários da Autoeuropa, o responsável pelos Recursos Humanos e Produção da Volkswagen, Jürgen Haase, lembrava que a Volkswagen tinha investido muito dinheiro para produzir o novo veículo T-Roc na fábrica de Palmela, advertindo também que os níveis de produção previstos exigiam novos horários, de três turnos, e trabalho aos sábados.
Não é a primeira vez que os trabalhadores da Autoeuropa rejeitam um pré-acordo negociado pela Comissão de Trabalhadores, situação que já tinha ocorrido em julho de 2009.
Resta saber se, tal como aconteceu no passado, administração e trabalhadores serão capazes de encontrar forma de ultrapassar as divergências.
Os trabalhadores da Autoeuropa anunciaram a realização de uma greve de 24 horas para o próximo dia 30 de agosto.
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