Domingo marcado por vento e chuva. Mau tempo prolonga-se até segunda-feira

Entre hoje e segunda-feira, o norte e o centro de Portugal continental estão sob efeitos de uma superfície frontal fria associada à depressão Bert (nome atribuído pelo Serviço Meteorológico da Irlanda), que traz vento, chuva e agitação marítima, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Já na quinta-feira, o IPMA alertava para o aumento da intensidade do vento nestes dias, com a possibilidade de as rajadas atingirem entre os 70 e os 80 quilómetros no litoral norte e centro e os 90 e 100 quilómetros nas terras altas.

Por outro lado, previa-se o aumento da agitação marítima, com ondas a atingir os 3 e os 4,5 metros este domingo.

Até à manhã de segunda-feira está também prevista precipitação forte, em especial no Minho e nas regiões montanhosas.

Mais de 380 ocorrências, sendo Coimbra a região mais afetada

Entre as 00h00 e as 20h00 de hoje, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou 381 ocorrências relacionadas com o vento forte.

Em declarações à agência Lusa, José Costa, oficial de operações da ANEPC, referiu que a maior parte das ocorrências verificadas foram quedas de árvores (191) e quedas de estruturas (161).

“Nestas ocorrências foram empenhados 1.367 operacionais e 541 meios terrestres”, adiantou.

De acordo com o responsável da ANEPC, a região de Coimbra foi a mais afetada do país, ao registar o maior número de ocorrências na sequência dos ventos fortes (119), seguindo-se a Área Metropolitana do Porto (64), Beiras e Serra da Estrela (41) e Leiria (29).

Mais a sul, na Península de Setúbal foram registadas 24 ocorrências, sendo que uma delas, ocorrida no concelho de Palmela, causou danos na estrutura de uma habitação, tendo o morador ficado desalojado.

José Costa ressalvou ainda que não foram registados, até ao momento, feridos.

Reino Unido e Espanha afetados

A frente fria associada à depressão Bert está a afetar não só Portugal, como parte de Espanha e das Ilhas Canárias, com abundante precipitação e ventos intensos, depois de já ter afetado o Reino Unido.

A gestora aeroportuária "Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea" (AENA) informou que, até meio da tarde de hoje, foram cancelados dois voos no aeroporto Seve Ballesteros-Santander (de e para Barcelona) "devido ao mau tempo" e outros dois no aeroporto de San Sebastián (de e para Madrid).

A AENA adiantou ainda que "o resto dos aeroportos da Península não sofreram cancelamentos de voos devido ao clima adverso".

Já a Agência Meteorológica do Estado (AEMET) colocou em alerta laranja as Astúrias, Cantábria, Castela e Leão, Galiza e Navarra e, Andaluzia, Aragão, Ilhas Canárias, Catalunha, Extremadura, País Basco e La Rioja em alerta amarelo devido à chuva, ventos e agitação costeira.

O Reino Unido continua em alerta, apesar da melhoria das condições meteorológicas, para os fortes ventos e chuvas em todo o território, com mais de 250 alertas à população ativos devido ao risco de inundações.

Pelo menos três pessoas morreram desde sábado nas estradas britânicas em acidentes atribuídos às condições meteorológicas adversas. Segundo a polícia de Hampshire, uma outra pessoa morreu devido à queda de uma árvore.

Por sua vez, na Escócia e no norte de Inglaterra neva desde a chegada da depressão Bert, que atingiu ainda os dois países com rajadas de vento de 130 km/h.

De acordo com o Met Office, a agência meteorológica do Reino Unido, a depressão Bert continuará a criar "condições costeiras perigosas" e perturbações no sul de Inglaterra e no País de Gales até hoje à noite, o que levou a companhia de ferry DFDS a suspender temporariamente os seus serviços entre os portos de Dover, na Inglaterra, e Calais, em França.

Também o oeste da Escócia, a Irlanda do Norte e o sudeste da Inglaterra estão em alerta amarelo para ventos, que podem criar "atrasos nos transportes", de acordo com o Met Office.

Na Irlanda, as autoridades levantaram o alerta vermelho que tinham decretado para as regiões do oeste, mas mantêm avisos amarelos e laranja em grande parte do país, onde 60.000 casas e empresas chegaram a estar sem energia, que foi gradualmente reposta, de acordo com a empresa de energia ESB.

*Com Lusa

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