Das 43 urgências de ginecologia e obstetrícia no país, 28 vão funcionar até final de abril de forma contínua, duas vão atender apenas doentes referenciados e oito terão dias de pausa devido à falta de médicos, segundo dados oficiais.
A Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto (APDMGP) classificou hoje como “um atentado à segurança das mães e bebés em Portugal” o anúncio de novas contingências em maternidades.
A direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) anunciou que entre hoje e 31 de janeiro de 2024 haverá em Portugal continental 27 maternidades em funcionamento pleno, de um total de 41.
A Federação Nacional do Médicos (FNAM) considerou hoje como “um penso rápido” a transferência de realização de partos do Serviço Nacional de Saúde para os hospitais privados e do setor social nos meses de verão.
Vinte e cinco blocos de parto vão receber 20 milhões de euros do Governo para obras e equipamentos, alguns dos quais a comissão de peritos admitia que encerrassem, como os do Barreiro e da Póvoa do Varzim.
O Governo duplicou para 20 milhões de euros o investimento disponível para melhorar este ano as condições, infraestruturas e equipamentos das maternidades públicas, anunciou hoje o ministro da Saúde.
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, reiterou hoje que o funcionamento das maternidades em rotatividade “tem funcionado bem”, mas admitiu que caso possa ser melhorado, isso será proposto.
O ministro da Saúde manifestou-se hoje "tranquilo" em relação às maternidades, sem avançar com datas ou eventuais encerramentos e salientando que mantém a confiança de que é possível manter os serviços em funcionamento.
As 13 maternidades da região Norte do país vão continuar a “funcionar em pleno”, ainda que em algumas delas tenha de haver “melhoria”, disse hoje o ministro da Saúde.
A Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia sugeriu num relatório o encerramento das maternidades de Póvoa de Varzim e Famalicão. Contudo, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), chefiada por Fernando Araújo, decidiu agora que tal já não vai acontecer.
As maternidades e blocos de partos vão continuar a abrir de forma rotativa nos primeiros três meses deste ano, seguindo um plano que deverá ser anunciado até dia 15, avançou hoje o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde.
A região Norte e o Algarve vão manter a totalidade dos blocos de parto a funcionar no Natal, todas as outras regiões têm constrangimentos e em Lisboa e Vale do Tejo haverá partilha de recursos e fechos alternados.
Algumas grávidas estão com dificuldade em agendar a primeira consulta, que integra a realização da primeira ecografia e rastreio bioquímico, por falta de resposta do serviço de Obstetrícia do hospital de Leiria.
A falta de especialistas nos hospitais públicos pode obrigar ao encerramento de maternidades, admitiu hoje o coordenador da comissão de acompanhamento da resposta de urgência em obstetrícia, que pretende entregar o documento final até ao fim do mês.
A Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto pediu hoje a intervenção da Entidade Reguladora da Saúde para “repor a legalidade” nas maternidades que ainda proíbem a presença do acompanhante em consultas, exames e no parto.
A ministra da Saúde, Marta Temido, defende uma reorganização das maternidades do país, sobretudo na zona sul, reconhecendo dificuldades sobretudo nos períodos de férias.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) afirma que quase todas as maternidades da região de Lisboa estão a funcionar com escalas “abaixo dos mínimos admissíveis”, estando a criar-se a “tempestade perfeita”.
A Ordem dos Médicos avisa que as maternidades portuguesas estão já a ultrapassar a situação limite, com profissionais a fazerem um “esforço sobre-humano” e a fazerem num mês mais de 100 horas de serviço de urgência além do habitual.
As maternidades da região de Lisboa e do sul do país estão todas a funcionar a meio gás e as grávidas andam a “saltar de hospital em hospital”, afirma o presidente da secção regional Sul da Ordem dos Médicos.
O Movimento Democrático de Mulheres (MDM) exigiu hoje que o Governo assegure “respostas urgentes e adequadas às necessidades da saúde das mulheres e crianças”, defendendo a criação de novas maternidades e reforço dos recursos nas unidades existentes.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considerou hoje que a situação nas urgências externas das maternidades, decorrente da falta de especialistas em Ginecologia e Obstetrícia, “ultrapassa os limites do aceitável”.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, salientou hoje, no parlamento, que não está previsto o encerramento de maternidades em Lisboa e apontou que está a ser estudado o encaminhamento de grávidas pelo INEM no verão.
A Ordem dos Médicos considerou hoje que as falhas de segurança nas maternidades detetadas pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde são “a ponta do icebergue”, afirmando que o SNS “trabalha na linha vermelha em todas as frentes”.