Esta sexta-feira, dia três de março de 2017, é uma das datas mais importantes do ano no calendário dos amantes de videojogos. Cinco anos após a última consola, a Wii U, e seis anos após, a Nintendo 3DS, a Nintendo regressa ao mercado para apresentar a sua nova consola: a Nintendo Switch.
A Switch não é um upgrade de nenhuma das consolas anteriores, é antes uma combinação do melhor de cada uma para a criação de algo completamente novo, uma consola híbrida onde liberdade e o espírito de partilha da Wii convergem com o sucesso da portabilidade da 3DS.
Sob o lema “Joga quando, onde e como quiseres” a Nintendo criou um novo segmento de mercado com uma consola todo o terreno. A Switch pode ser jogada em qualquer lado. No modo mais tradicional, pode ser ligada ao televisor da sala, mas num segundo pode ser retirada da base, que a liga ao ecrã, e transformar-se de imediato numa consola portátil. Assim, como pode ser colocada apoiada, no que a marca apelidou de “modo de superfície estável”, para ser jogada no modo portátil com o conforto do modo sala.
No entanto o que torna a nova consola da marca nipónica especial é o seu caráter social e multijogador. Com títulos clássicos como Sonic, MarioKarts ou Zelda, a Switch procura responder aos gostos de qualquer gamer clássico, ao mesmo tempo que se liga às famílias com vários jogos desenhados para serem jogados em grupo num ambiente mais descontraído.
É esta a verdadeira génese da consola, os jogos em grupo. É possível, com várias consolas, aumentar o número de jogadores da Switch até 8, via Wi-Fi. Além disso, ao abrirmos a caixa verificamos que a consola vem com dois comandos incluídos, algo raro no mercado.
Os comandos, por si só, também são uma das grandes inovações desta consola. Tal como a Switch, o comando é versátil. Do clássico controlo, a dois pequenos comandos (cada um com um joy-con) que podem ‘montar-se’ e ‘desmontar-se’, e encaixar nas laterais do aparelho no modo portátil, os comandos da nova consola da Nintendo respondem às várias necessidades quer dos diferentes jogos, quer das preferências de um jogador, sobressaindo um sistema de vibração HD assustadoramente real.
A consola, sem comandos articulados assemelha-se a um tablet, com um ecrã multitouch de 6.2’’ e resolução de 1280 x 720 - ransmite em HD, quer em modo portátil (720p), quer em modo sala (1080p) -, e é incrivelmente leve. A bateria pode durar entre 3 horas a 6 horas.
Aquando do anúncio da consola o preço foi tema polémico. A consola seria lançada a 300 dólares (280 euros) nos Estados Unidos da América, o que seria o equivalente a 300 euros em Portugal, já com impostos. Mas o anúncio do preço surpreendeu muita gente com as principais retalhistas de gaming e tecnologia a colocarem a Nintendo Switch à venda por 330€ (Fnac e Worten).
“Não é desajustado para aquilo que a Nintendo Switch oferece, uma experiência dois em um: é uma consola doméstica e uma portátil ao mesmo tempo. Para além disso traz dois comandos (normalmente uma consola só trás um). O feedback que temos recebido é que o preço está bastante ajustado”, disse ao SAPO24 Jorge Vieira, Relações Públicas da Nintendo em Portugal.
No final de contas, esta não é uma consola para se colocar entre a PlayStation e a Xbox. Nem quer. Este é um novo segmento de mercado. Numa altura em que as consolas têm inovado no sentido de se tornarem cada vez mais num centro de entretenimento com ligações estreitas ao conceito de sociabilidade do século XXI, baseado na experiência de partilha através das redes sociais, a Nintendo Switch “go back to the basics” (volta aos clássicos). A consola é para jogar, e retira o conceito de sociabilidade dos ecrãs dos nossos computadores e smartphones para o colocar nos jogadores que lado a lado podem estar a ordenhar uma vaca, a encarnar personagens de combate ou a fazer duelos de cowboy. Basta 'partir' o comando e dar metade ao nosso colega, amigo e familiar.
A Nintendo, um gigante adormecido nos últimos cinco anos, aquando do lançamento da Wii U cujo sucesso ficou muito aquém do esperado, parece voltar a assumir a posição inovadora e regressar aos seus 'tempos dourados'. Resta saber como é que o mercado vai reagir, quer ao novo conceito, quer ao preço da Switch que chega mesmo a ser mais cara que a Xbox One e que a PlayStation4.
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