Sensei levantou 5,4 milhões de euros para desenvolver uma tecnologia que torna as lojas de retalho totalmente autónomas. O investimento foi liderado pela Seaya Ventures e pela Iberis Capital, e contou ainda com o apoio do LeadX Capital e do 200M, um fundo gerido pelo Banco Português de Fomento.

A Sensei torna-se assim a startup com aquela que foi a maior ronda de financiamento em fase seed (fase inicial, de conceção da ideia) em Portugal. A empresa lidera também no que toca à maior ronda em fase seed levantada na Europa por empresa da aceleradora norte-americana TechStars. A startup é ainda o primeiro fornecedor europeu de tecnologia para retalho autónomo a conseguir financiamento de capital de risco. A soma deste investimento com os das rondas anteriores totaliza um valor na ordem dos 6 milhões de euros, que vão servir para duplicar a equipa da Sensei que, até à data, conta com cerca de 30 pessoas.

O próximo passo agora é desenvolver esta ferramenta, no sentido de dar resposta àquilo que a Sensei considera uma necessidade dos clientes. A tecnologia permite automatizar lojas físicas (que já existem ou que estão para surgir), no sentido de tornar a experiência comercial mais rápida, prática e segura. Por detrás de tudo isto estão câmaras, sensores e algoritmos de inteligência artificial.

E o que é que isto significa ao certo? Significa que o espaço das lojas se mantém igual, mas deixa de haver a necessidade de fazer scanning de produtos (leitura de código de barras) e os pagamentos são realizados de forma 100% digital, após a saída da loja já com os produtos adquiridos. Deste modo, é possível fazer o controlo de inventário em tempo real, gerir de forma mais conveniente o número de clientes, bem como perceber as suas preferências.

O CEO da Sensei afirma que a tecnologia da startup "permite que os retalhistas tradicionais compitam ao mesmo nível com gigantes digitais como a Amazon". Vasco Portugal acrescenta ainda que o objetivo da empresa é "melhorar fundamentalmente a experiência de compra em loja, convertendo-a numa experiência mais agradável e conveniente, erradicando os problemas crónicos do retalho, nomeadamente o tempo perdido em filas para pagar, e devolver aos clientes o controlo do seu tempo.”

Estas "lojas do futuro" proporcionam uma experiência que a consultora McKinsey já apontou como mais vantajosa para o cliente, uma vez que permitem que os consumidores façam compras de forma mais rápida e com meios de pagamento mais eficazes. Esta é uma tendência que foi acentuada com a pandemia e a Sensei garante atender às exigências dos novos hábitos de consumo num modelo de retalho praticamente autónomo.