Com a australiana Liza Lim como compositora em residência e João Carlos Pinto como jovem compositor residente, a Casa da Música chega a 2025 “preparada para percorrer novos caminhos e para a criação de temas eventualmente mais abertos, conhecedores do passado e sempre interpeladores de futuro”, como se pode ler no editorial da última programação assinada por Pacheco, no cargo desde 2009.

“Pedia-se uma nova narrativa que, por um lado, propusesse uma saudável, aberta e oportuna discussão sobre a génese do projeto artístico, o seu desenvolvimento — e suas controvérsias — e a realidade atual da Casa, e que, por outro, abrisse portas para novos paradigmas, novas inquietações, novos paradoxos”, escreveu António Jorge Pacheco.

Assim, a programação para 2025 prevê “cruzamentos insuspeitos e inesperados, novas constelações temáticas transversais a todos os Agrupamentos Residentes e a vários géneros musicais, inspiradores de colaborações artísticas inéditas e propostas de novas viagens para o público e a comunidade”.

No ano em que também se assinalam os 25 anos do Remix Ensemble e da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, a programação inclui os principais ciclos anuais (do Invicta.Música.Filmes ao Verão da Casa, passando pelo À Volta do Barroco e Outono em Jazz, entre outros), e vai acolher múltiplas estreias nacionais e mundiais.

No ciclo de piano vão atuar os repetentes Grigory Sokolov e Benjamin Grosvenor, além de Yoev Levanon, Dmitry Shishkin, Lukas Sternhat, Eva Gevorgyan e Dinara Klinton.

O Remix Ensemble vai fazer estreias mundiais, na Casa da Música, de peças de Yiran Zhao e Pedro Lima, enquanto a Sinfónica vai protagonizar a estreia mundial de um concerto para sintetizador e orquestra de Gabriel Prokofiev.

Na abertura da temporada, no dia 10 de janeiro, a Sinfónica do Porto interpretará peças de Francisco de Lacerda, Manuel de Falla, Ravel e Rimski-Korsakov, enquanto o Remix, no dia 14, vai fazer a estreia nacional de “Jacob’s Ladder”, de Steve Reich, e do concerto de Liza Lim “para ensemble e sheng, o fascinante órgão de boca chinês, que trará ao Porto o seu mais lídimo intérprete, Wu Wei”.

Ainda em janeiro, entre muitos outros concertos, o Coro da Casa da Música vai dar o concerto “Bohemian Rapsody”, sob direção do francês Léo Warynski, que inclui a estreia nacional de uma obra de Philippe Hersant e conclui com a peça que lhe dá título, da banda britânica Queen.

Em fevereiro, a Orquestra Ouro Preto sobe ao palco da Sala Suggia com Alceu Valença, estando também previsto um concerto de Nubya Garcia.

A Casa da Música organiza ainda o ciclo Mulheres na Música, a começar em março, no âmbito do qual a Orquestra Sinfónica do Porto e a pianista sul-coreana Yeol Eum Son vão apresentar o Concerto para Piano n.º 1 de Tchaikovsky, sob a direção da alemã Ustina Dubitsky.

Em abril, celebra-se o 20.º aniversário da Casa da Música com a Sinfónica e o Coro, dirigidos pelo maestro titular da orquestra, Stefan Blunier, para interpretar a “Missa Glagolítica” de Leos Janácek, e, com a Orquestra Barroca e o maestro titular, Laurence Cummings, oferecer o “Stabat Mater” de Pergolesi, na versão de Bach.

A Casa da Música vai integrar o festival World New Music Days, promovido desde 1923 pela Sociedade Internacional de Música Contemporânea.

Nesse âmbito, no dia 1 de junho, o Remix interpreta a nova peça de Pedro Lima e apresenta “Vampyrotheone”, de Olga Neuwirth, para guitarra elétrica, clarinete, saxofone e três grupos instrumentais.