Autores como Jacinto Lucas Pires, Jorge Silva Melo e Tankred Dorst cruzam-se nas peças em cartaz, que conta com grupos como Companhia de Teatro de Braga, Cegada Teatro, Teatro Extremo, Art'Imagem, Mosca, La Tête Noir e o espanhol Karlik Danza Teatro, além da companhia anfitriã.
No ano em que esta estrutura covilhanense celebra 50 anos, o diretor do Teatro das Beiras, Fernando Sena, frisou, durante a conferência de imprensa de apresentação do programa, que “há um antes e um depois” do Festival de Teatro das Beiras, que inicialmente se chamava Ciclo de Teatro de Outono.
Fernando Sena lembrou que as sessões esgotavam assim que os ingressos eram postos à venda, numa altura em que, além do festival, “não havia programação completamente nenhuma”, em comparação com a quantidade da oferta atual, muita com origem em pessoas que passaram pela companhia e que fundaram outras estruturas na região.
Segundo o diretor do Teatro das Beiras, o Festival de Teatro da Covilhã ajudou a mudar o paradigma cultural na região e é hoje “mais um ponto de encontro de espetáculos que de outra forma não seriam programados”.
O responsável salientou que ao longo de 42 edições houve “muito trabalho, muita criatividade, muita diversidade e muito empenho em fazer coisas novas e em ir mais além”.
O Festival de Teatro da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, tem início em 7 de novembro, com a apresentação, no auditório do Teatro das Beiras, da primeira produção deste ano do antigo Grupo de Intervenção Cultural da Covilhã (GICC), “A grande imprecação diante das muralhas da cidade”, do dramaturgo alemão Tankred Dorst, uma parábola sobre o "desconcerto do mundo".
No mesmo dia é lançado o livro dos 50 anos da companhia covilhanense e há um concerto, às 23:00, com Manuel Freire.
“Foi uma opção ter alguém intimamente ligado ao canto livre e à liberdade”, frisou Fernando Sena.
No arranque do ciclo o Teatro das Beiras vai dar o nome do ator da companhia Fernando Landeira, que morreu há dois anos, ao auditório desta estrutura, onde trabalhou durante 17 anos.
Dia 08 está agendado um colóquio com o jornalista Fernando Alves sobre a comunicação social antes e após o 25 de Abril, para “falar do que é trabalhar em liberdade”, a que se segue um concerto com o Quarteto Delta.
Os Cegada Teatro sobem ao palco no dia seguinte, às 21h30, com “Num país onde não querem defender os meus direitos, eu não quero viver”, uma peça de Jorge Silva Melo, a partir do clássico “Michael Kolhaas”, de Heinrich von Kleist.
Em 11 de novembro a Companhia de Teatro de Braga apresenta, em duas sessões, às 11h00 e 14h30, o primeiro espetáculo para a infância, “Porta do Céu”, um texto dedicado à vida e obra do grande escritor humanista georgiano Nodar Dumbadze.
O público mais jovem volta a estar no centro das atenções dia 13, às mesmas horas, com “Avó grilo e o catavento”, pela mão do Teatro Extremo, uma criação coletiva inspirada em “Abuela Grillo”, lenda do povo Ayoreo da Bolívia, e nos contos “A Vendedora de Fósforos”, de Hans Christian Anderson, e “O Sonho de Lu Shzu”, de Ricardo Gómez.
Também para o mesmo público, dia 14, às 14h30, “Respirar (doze vezes)", com texto de Marie Saruel e banda sonora original de Noiserv, é levado à cena pelo Teatro Art'Imagem, Teatro Mosca e La Tête Noir, desta vez no Teatro Municipal da Covilhã (TMC).
O grupo Dois, que são Ivo Alexandre e Jacinto Lucas Pires, apresenta-se pela primeira vez na Covilhã em 15 de novembro, com a peça “Adalberto Silva Silva.
O Festival de Teatro encerra no dia 16 com o espetáculo “El poso de los mil demónios”, dos Karlik Danza Teatro, no TMC, às 16h00, uma proposta “muito direcionada para famílias”.
De acordo com Fernando Sena, a qualidade das peças foi o critério que presidiu à escolha do cartaz.
Os bilhetes podem ser reservados através do número de telefone 275330690, nas bilheteiras do Teatro das Beiras ou do TMC e na plataforma digital Ticketline.
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