O espetáculo “Fado Celeste” é encenado pelo seu neto, o cineasta Diogo Varela, autor de um documentário sobre a fadista que celebrizou temas como “Lendas das Algas”, “Ouvi Dizer que me Esqueceste” ou “Olha a Mala”.
Além de Camané, distinguido o ano passado com o Prémio Manuel Simões, Mísia e Ricardo Ribeiro, sobem também ao palco de Belém, Ana Sofia Varela, Duarte, Pedro Moutinho, Katia Guerreiro, Hélder Moutinho, Teresa Landeiro, Sara Correia, Jorge Fernando e Fábia Rebordão.
Os fadistas são acompanhados, na guitarra portuguesa, por Pedro de Castro e Gaspar Varela, na viola por André Ramos, e Francisco Gaspar na viola baixo.
O espetáculo faz parte da programação “Há Fado no Cais”, que concretiza uma parceria do CCB com o Museu do Fado, que adianta que “em palco vão reunir-se os amigos, de distintas gerações, num tributo à grande matriarca do fado”.
“Interpretando o belíssimo repertório de Celeste Rodrigues, todos celebram essa rara e extraordinária alegria de se viver uma vida inteira a fazer aquilo que se ama”, segundo a mesma fonte.
O Museu do Fado refere-se a Celeste Rodrigues como uma “figura consensual no universo musical português” e “uma referência para distintas gerações de artistas”.
“Majestosa, a sua voz nonagenária habituou-se a viver para o fado e fez do fado a sua casa. Cantava desde sempre e cantou até ao fim. O fado foi – é – a sua casa”, afirma o museu, referindo-se à carreira de mais de 70 anos da criadora de “Pode Ser Mentira”.
Irmã de Amália Rodrigues (1920-1999), Celeste foi “das primeiras fadistas a consagrar-se internacionalmente, em palcos como o Concertgebouw, em Amesterdão, o Carnegie Hall, em Nova Iorque, ou na Cité de la Musique, em Paris”.
Celeste Rodrigues morreu, em Lisboa, no dia 01 de agosto de 2018, aos 95 anos, celebrizou fados como “Noite de Inverno” e “Saudade vai-te embora”, tendo, ao longo de uma carreira de 73 anos, pisado os mais diferentes palcos, desde as casas de fado em Lisboa ao antigo Casino da Urca, no Rio de Janeiro, ao lado da irmã, ou o Queen Elizabeth Hall, em Londres.
A fadista Celeste Rodrigues era uma "lenda viva", recordou na ocasião Madonna, mas foi Argentina Santos a reconhecer-lhe o segredo, “uma caixinha de música na garganta”.
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