Esta é uma tradição que se renova nesta décima quinta edição das festividades do Espírito Santo, cuja essência é a partilha, solidariedade e igualdade, entre outros valores cristãos.
E foi no âmbito do espírito da dádiva que foram distribuídas também 55 pensões a várias instituições particulares de solidariedade social e servidas mais de 13.000 sopas, no sábado, no Campo de São Francisco.
Enquanto aguardavam pela massa e leite, milhares de açorianos oriundos de várias ilhas, a par de emigrantes e turistas, usufruíam dos cantares dos grupos de foliões, enquanto outros apreciaram o quarto do Espírito Santo montado no edifício da Câmara Municipal de Ponta Delgada, onde estão representados as 24 freguesias e os inúmeros Impérios do concelho, através de 97 coroas e 107 bandeiras.
Também no edifício dos Paços do Concelho, realizou-se o concurso de massa sovada, que teve como juízes os membros da Confraria de Gastrónomos dos Açores, sendo que dos 22 bolos de massa sovada que foram a concurso o primeiro lugar foi atribuído a Santa Clara, seguida das freguesias de Candelária e São José.
O presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, que é o mordomo das festas, destacou à Lusa a “mobilização máxima” de todas a freguesias nesta que é uma “festa do povo pelo povo”, bem com a riqueza que os emigrantes da diáspora atribuem às festividades “vivendo e revivendo a sua infância”, a par da “passagem de testemunho” a filhos e netos nos Estados Unidos e no Canadá.
O autarca destacou ainda a “surpresa e deslumbramento” dos turistas com esta “manifestação de identidade cultural”, bem como a presença do Nobel da Paz Ximenes Belo.
No âmbito das XV Grandes Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada foi lançado, na Igreja Matriz, o segundo volume de “Missionários Açorianos em Timor-Leste”, da autoria de Ximenes Belo.
Para José Manuel Bolieiro, este é um “ato de cultura e de reconhecimento” que enaltece o povo açoriano, um povo que se destacou no país e no mundo, também por via da missionação e da promoção humana em Timor-Leste, como lembra a obra do Prémio Nobel da Paz.
A propósito do bodo de leite que se realizou na manhã de domingo, José Manuel Bolieiro sublinhou a “partilha, inclusão e, sobretudo, a igualdade” das festas, independentemente da condição social e económica, fazendo assim “todos prova da partilha comum”.
O autarca destacou a dimensão destas festas desde a mais remota freguesia dos Açores à mais conhecida, do Corvo a Santa Maria, passando pelas “ilhas da diáspora”, como símbolo da açorianidade.
Hoje, pelas 16:00 dos Açores (menos uma do que em Lisboa), começa a Grande Coroação dos Impérios do Espírito Santo do concelho de Ponta Delgada, que integra 97 coroas e 107 Bandeiras, além de 12 bandas filarmónicas e delegações convidadas, que este ano são Casa do Triângulo, elementos dos Estados Unidos da América, Canadá e Alenquer, bem como o Grupo de Inclusão Social.
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