Massimo Bottura, o chefe do restaurante Osteria Francescana - eleito nº 1 pelo ranking 50 World's Best -, abriu um novo espaço no Rio de Janeiro. No Bairro da Lapa, perto da Aldeia Olímpica, nasceu o Refettorio Gastromotiva.
O preço de um prato produzido por este chefe, em Itália, custa, em média, 230 euros (946 reais, na moeda brasileira). Neste novo restaurante o número é mais redondo: 0. Zero reais, zero euros, zero dólares. Não há conversão possível. No entanto, a lista de convidados continua a ser exclusiva, só pessoas em situação de vulnerabilidade social podem sentar-se neste refeitório.
A ideia resulta de uma colaboração entre o chefe Bottura, e o seu projeto social Food Four Soul, e a ONG Gastromotiva, fundada por David Hertz. Apesar de a iniciativa assentar na ajuda aos sem-abrigo, o chefe italiano rejeita o rótulo de caridade, definindo a colaboração como “um projeto cultural”. O “dono” da cozinha do Osteria, relembra uma promessa que fez: “Prometi à minha mãe que usaria a minha visibilidade para tornar visíveis os invisíveis.”
Para além da iniciativa social, há uma componente de inovação: as refeições são preparadas com desperdício alimentar, fazendo-se um reaproveitamento da comida. O objetivo, explica o chefe, é chamar a atenção para o problema do desperdício ao mesmo tempo que se dá a estas pessoas uma refeição que honra a sua humanidade.
Tania Braga, membro do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos, afirma que este é um projeto importante que “liga sustentabilidade e desperdício”, este último, um tema que a responsável considera ser um problema global.
Já o ano passado, durante a Expo Milão, o chefe Bottura transformou 15 toneladas de desperdício alimentar do evento em refeições que foram servidas aos sem-abrigo.
Quando chegar o fim dos Jogos, o Refettorio Gastromotiva já terá servido 5000 refeições. Depois de as olimpíadas chegarem ao fim, Bottura quer transformar o espaço - que foi arrendado por 10 anos - num restaurante que servirá almoços pagos, como qualquer outro restaurante, e que ao jantar utilizará os desperdícios alimentares dos almoços para servir refeições aos sem-abrigo.
Para além do Massimo Bottura, outros chefes de renome vão entrar na cozinha e ajudar. Entre vários cozinheiros destacam-se os nomes dos chefs Alex Atala, Alain Ducasse, Andoni Luis Aduriz, Claude Troisgros, Roberta Sudbrack, Rafa Costa e Silva e Alberto Landgraf.
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