A emissão “Doces Tradicionais Portugueses” inclui os Pastéis de Belém, doces tradicionais de Lisboa, os Ovos-Moles, de Aveiro, os Pastéis de Tentúgal, na Beira Litoral, as Queijadas de Vila Franca do Campo, dos Açores, as Tigeladas de Abrantes e os Rebuçados de Ovo de Portalegre.
“Este mesmo tema [Doces Tradicionais Portugueses] foi o escolhido para a emissão de selos autoadesivos apresentada no passado dia 12 e que inclui algumas destas iguarias da doçaria portuguesa”, lê-se no comunicado dos CTT.
As Tigeladas de Abrantes “assumem uma particular semelhança com a receita das tigeladas de leite”, sendo “uma receita provavelmente desenvolvida e apurada no Convento de Nossa Senhora da Graça pelas professas dominicanas que ali residiram até 1891”.
“Chamam-se tigeladas porque são cozinhadas em tigelas de barro vermelho vidrado” e, segundo os especialistas, “as boas tigeladas dependem da forma como são cozidas, já que a riqueza da textura é favorecida pelos alvéolos que se criam com o choque de temperaturas".
Por seu lado, os Rebuçados de Ovo de Portalegre foram inventados “nas cozinhas monacais, autênticos laboratórios onde a disponibilidade do açúcar permitia criações verdadeiramente prodigiosas”.
Os rebuçados, de acordo com os CTT, são herdeiros da tradição do Convento de Santa Clara, desta cidade alto-alentejana, e “são um dos casos de singularidade na apresentação e simplicidade dos ingredientes típicos dos doces conventuais”.
O Pastel de Belém tem o seu primeiro registo no Livro de Cozinha que a infanta D. Maria (1521-1577), neta do rei D. Manuel I, levou no enxoval, quando se casou com o Duque de Parma, Alessandro Farnese, com o nome de pastéis de leite. Mais tarde, foram como pastéis de nata registados por Lucas Rygaud em 1826 e passados 11 anos, iniciou-se a sua produção numas instalações próximas do Mosteiro dos Jerónimos, na freguesia de Santa Maria de Belém, em Lisboa.
Os Ovos-Moles de Aveiro, também representados num selo, são obtidos “pela junção de gemas a uma calda de açúcar”.
O facto destes doces se revestirem por um película idêntica à das hóstias “deve-se a uma religiosa do Convento de Jesus, em Aveiro, que assim tornou este doce mais manuseável”.
Os Pastéis de Tentúgal, originários do Convento carmelita do Carmo, em Tentúgal, no concelho de Montemor-o-Velho, “sobressaem pela suavidade das folhas que envolvem o doce de ovos e que, ainda hoje, são feitas numa dança, quase ritual, em que as pasteleiras desafiam a física e fazem o lençol de massa voar sob as suas mãos”.
As Queijadas de Vila Franca do Campo, na ilha açoriana de S. Miguel, são herdeiras dos doces feitos pelas freiras do Convento de Santo André, e “somente em meados do século XX foi possível recuperar esta receita”.
“Parte do seu sucesso depende da qualidade do leite que, depois de coalhado, serve de ingrediente principal. Quando em tempos não havia açúcar, era o mel que adoçava a massa”, lê-se no mesmo comunicado.
A emissão é composta por seis selos: o selo do Pastel de Nata com o valor facial de 0,50 euros; o dos Ovos-Moles de Aveiro com o valor facial de 0,63 euros; o dos Rebuçados de Portalegre (0,70 euros), o do Pastel de Tentúgal (0,80 euros), o das Queijadas de Vila Franca do Campo (0,85 euros) e o das Tigeladas de Abrantes (um euro), todos com “design” do atelier Design&etc.
As obliterações de hoje são efetuadas nas lojas dos CTT nos Restauradores, em Lisboa, Município, no Porto, Zarco, no Funchal, Antero de Quental, em Ponta Delgada e na de Angra do Heroísmo.
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