Com a perspetiva de uma ofensiva russa no verão, possibilitada pela melhoria das condições para atravessar o território ucraniano e numa altura em que Moscovo tem pressionado a região de Kharkiv (nordeste), reconquistada pela Ucrânia em setembro de 2022, os ministros da Defesa da NATO discutirão de que maneira é que podem continuar a apoiar a linha defensiva ucraniana e o que é expectável para os próximos meses.
Vários países da NATO já anunciaram que permitirão o uso do armamento que enviaram para que a Ucrânia atinja posições em território russo, mas continua em cima da mesa a possibilidade de esta decisão ser interpretada como uma escalada da guerra pelo Kremlin (Presidência russa).
Portugal estará representado pelo ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, que participa pela primeira vez nestas reuniões no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
O homólogo da Ucrânia, Rustem Umerov, também vai participar na discussão do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, para apresentar um cenário detalhado sobre os últimos desenvolvimentos no conflito, que é hoje classificado como uma guerra de atrito, com poucos avanços das duas partes.
Segue-se uma reunião do Conselho NATO-Ucrânia, órgão criado em julho de 2023 para aproximar Kiev da Aliança Atlântica.
Na quarta-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que vai cessar funções este ano, encontrou-se com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, para discutir o endosso à candidatura de Mark Rutte à liderança da organização.
Ainda em Budapeste, Stoltenberg fez uma antevisão da reunião em Bruxelas e pediu aos aliados para manterem o apoio anual à Ucrânia de 40 mil milhões de euros, o valor fornecido a Kiev anualmente desde o início da invasão russa.
“Desde que a Rússia lançou a invasão em grande escala em 2022, os nossos aliados forneceram 40 mil milhões de euros em apoio militar à Ucrânia todos os anos. Devemos manter este nível de apoio, no mínimo, e durante o tempo que for necessário”, disse Stoltenberg.
Entretanto, Volodymyr Zelensky vai a Itália para o encontro do G7, como convidado.
As guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, a Inteligência Artificial e a situação em África e América Latina fazem parte da agenda da cimeira do G7, que decorre entre hoje e sábado em Itália.
Além dos chefes de Estado e de Governo da Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Japão, o encontro contará ainda com o presidente brasileiro, Lula da Silva, e o argentino, Javier Milei.
A sessão de abertura nesta quinta-feira será dedicada a África, alterações climáticas e desenvolvimento.
Seguir-se-á uma sessão dedicada à situação no Médio Oriente e depois debates sobre a Ucrânia – considerado o tema central da cimeira – antes de um jantar oficial.
Zelensky deverá insistir no pedido de ajuda aos seus aliados ocidentais. O exército ucraniano, com falta de munições e de homens, está a debater-se com dificuldades, nomeadamente devido ao atraso na entrega da ajuda militar ocidental.
Na véspera da reunião, a Casa Branca (presidência norte-americana) anunciou que o Presidente Joe Biden e o homólogo ucraniano iam assinar um acordo bilateral de segurança à margem do G7.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, anfitriã da cimeira (Itália assume a presidência rotativa do grupo), que decorre em Apúlia, sul de Itália, assumiu que quis proporcionar “uma visão mais ampla e global”, tendo convidado líderes africanos e árabes.
*Com Lusa
Comentários