Em entrevista publicada na edição de hoje do Jornal de Negócios, João Pedro Matos Fernandes afirmou ser “muito evidente que quem comprar um carro ‘diesel’ muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca”.
Em comunicado, a ACAP lamentou que o “sr. ministro não tenha ponderado o impacto das suas palavras na atividade das empresas do setor automóvel”, até porque esta indústria é a “principal exportadora em Portugal” e o setor é o “principal contribuinte líquido do Estado, ao ser responsável por mais de 25% do total das receitas fiscais”.
Para a ACAP, o governante pode ter expressado um desejo, mas as suas palavras “não têm qualquer correspondência com a realidade”, por, nomeadamente, não estar prevista qualquer alteração legislativa a nível europeu, que implique uma desvalorização dos veículos a diesel nos próximos anos.
“Portugal está integrado na União Europeia e não existe qualquer regulamentação que aponte no sentido das declarações do sr. ministro”, argumentou a associação, que recordou a recente implementação das novas regras de homologação de emissões de gases poluentes.
A indústria automóvel “está, fortemente, empenhada na redução de emissões dos veículos. A prova deste compromisso é que 40% dos novos modelos anunciados para 2021 já terão a opção da motorização elétrica. Todavia, esta transição irá ser feita de forma gradual”, garantiu a ACAP, que enumerou ainda o pequeno peso das vendas de elétricos no mercado nacional (1,8%), apesar de um crescimento de 148% nas transações.
A associação não deixou de reafirmar a necessidade de um programa de incentivo ao abate de veículos dado a idade média de 12,6 anos do parque automóvel e os 700 mil veículos com mais de 20 anos a circularem.
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