"O celibato não é um dogma (…) e da mesma maneira que ele veio, ele pode desaparecer", afirmou, em declarações aos jornalistas, prosseguindo: "A minha posição é que ele [celibato] é muito útil nos tempos de hoje. Julgo que os tempos ainda não estão maduros para acabar com ele".
Manuel Linda falava em Penafiel, no distrito do Porto, onde hoje participou numa conferência com alunos da escola secundária da cidade.
A declaração de hoje do bispo do Porto sobre o celibato ocorreu quando lhe foi pedida, pela agência Lusa, uma posição sobre a polémica em torno do assunto no Vaticano, envolvendo o Papa Emérito Bento XVI, que pediu que o seu nome fosse retirado de um livro polémico.
Este caso está a ser classificado como uma tentativa de manipular Bento XVI, através da área mais conservadora da Igreja, a enfrentar o Papa Francisco sobre a questão do celibato dos padres.
O
secretário de Bento XVI disse que o papa Emérito "nunca aprovou nenhum projeto de livro com assinatura dupla" com o cardeal Robert Sarah.
Para o bispo do Porto, trata-se de um "caso de somenos importância na Igreja", acrescentando que "essa problemática não é assim tão dramática”.
Contudo, para Manuel Linda, se ele [Bento XVI] diz que não deu autorização para que o seu nome apareça, "logicamente ele deve saber porquê, ele certamente diz: eu não colaborei para essa visão".
A polémica surgiu no domingo quando foi anunciado o lançamento de um novo livro assinado por Bento XVI e Robert Sarah, um dos principais líderes da fação conservadora, que tem uma posição critica relativamente a Francisco sobre o celibato dos sacerdotes.
Esta posição é conhecida numa altura em que o papa Francisco terá de pronunciar-se sobre a possibilidade do ordenamento de padres casados na Amazónia.
Em outubro do ano passado, bispos católicos pediram a ordenação de homens casados como sacerdotes, uma solução para enfrentar a escassez de clérigos na Amazónia, uma proposta histórica que pode pôr fim a séculos de tradição católica romana.
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