A organização tem cinco bolsas Bilateral Research Fund (BRF) de 3.000 euros para dois investigadores em início de carreira, um em Portugal e outro no Reino Unido, graças ao apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
A Bolsa PARSUK, de 1.500 euros, resulta de uma parceria com a Caixa Geral de Depósitos para beneficiar estudantes de 1.º e 2.º ciclo orientados por um membro da PARSUK residente no Reino Unido.
A vice-presidente da associação responsável pelos Membros e Desenvolvimento Profissional, Raquel Lima, afirmou que estas iniciativas ajudam a promover a colaboração científica bilateral, ensombrada pelo contexto político dos últimos anos.
A saída do Reino Unido da União Europeia em 2021 deixou o país fora do programa de financiamento Horizonte Europa durante dois anos, até à adesão, em janeiro, como membro associado.
O fim da liberdade de circulação e residência entre os dois territórios também complica e desencoraja oportunidades de estudo e de trabalho.
"Após momentos de incerteza quanto ao futuro das relações entre o Reino Unido e a UE, programas como as BRF mostram que os investigadores portugueses continuam ávidos de oportunidades de mobilidade que lhes permitam encontrar parceiros estratégicos nas suas áreas de investigação", afirmou Raquel Lima à Agência Lusa.
Desde 2020, a PARSUK recebeu 181 candidaturas de 473 investigadores, tendo sido atribuídas 18 bolsas BRF a 41 investigadores.
As bolsas facilitaram a ligação entre 24 instituições de ensino e centros de investigação em Portugal e 30 no Reino Unido, como foi o caso da cooperação do Instituto Superior Técnico (IST) com a Universidade de Nottingham.
João Carlos Silva, investigador no Instituto de Bioengenharia e Biociências do IST, obteve uma BRF em 2021 em conjunto com uma colega da universidade britânica com o projeto "Impressão 3D de alta resolução combinada com biotintas biomiméticas para o fabrico 'in vitro' de osso vascularizado".
Desde então, alunos de doutoramento podem ser supervisionados pelas duas universidades e existem colaborações de trabalho a nível europeu.
A bolsa pagou a visita e alojamento de ambos às universidades parceiras e ainda reagentes para trabalhos experimentais, mas João Carlos Silva também aproveitou a deslocação para usar técnicas avançadas de microscopia existentes em Nottingham.
O projeto resultou na publicação de três artigos científicos.
"O mais interessante é a troca de conhecimento entre duas entidades. Tenho aconselhado colegas a concorrer, mesmo que o valor seja baixo", afirmou João Carlos Silva à Lusa.
José Fonseca, investigador no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço foi cobeneficiário de uma BRF em 2022 em parceria com a Queen Mary University London, onde tinha realizado um pós-doutoramento.
"Mantive contactos e comecei a coorientar um aluno de doutoramento de forma a estreitar relação e continuar a trabalhar nos projetos", explicou à Lusa.
O projeto financiado pretendia estudar o uso de futuros observatórios de ondas gravitacionais para perceber o universo e a evolução temporal dos buracos negros, e resultou em dois artigos científicos.
"O valor foi o intercâmbio porque ajuda a expandir horizontes e a solidificar relações", salientou José Fonseca.
O trabalho iria continuar de forma remota, admitiu, mas visitar o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto e conhecer os outros cientistas permitiu ao aluno levar "uma imagem diferente do que são centros de investigação em Portugal".
A Associação dos Estudantes e Investigadores Portugueses no Reino Unido (PARSUK) tem em curso dois programas anuais de bolsas de financiamento, com as quais pretende reforçar as colaborações científicas luso-britânicas no pós-Brexit.
A organização tem cinco bolsas Bilateral Research Fund (BRF) de 3.000 euros para dois investigadores em início de carreira, um em Portugal e outro no Reino Unido, graças ao apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
A Bolsa PARSUK, de 1.500 euros, resulta de uma parceria com a Caixa Geral de Depósitos para beneficiar estudantes de 1.º e 2.º ciclo orientados por um membro da PARSUK residente no Reino Unido.
A vice-presidente da associação responsável pelos Membros e Desenvolvimento Profissional, Raquel Lima, afirmou que estas iniciativas ajudam a promover a colaboração científica bilateral, ensombrada pelo contexto político dos últimos anos.
A saída do Reino Unido da União Europeia em 2021 deixou o país fora do programa de financiamento Horizonte Europa durante dois anos, até à adesão, em janeiro, como membro associado.
O fim da liberdade de circulação e residência entre os dois territórios também complica e desencoraja oportunidades de estudo e de trabalho.
"Após momentos de incerteza quanto ao futuro das relações entre o Reino Unido e a UE, programas como as BRF mostram que os investigadores portugueses continuam ávidos de oportunidades de mobilidade que lhes permitam encontrar parceiros estratégicos nas suas áreas de investigação", afirmou Raquel Lima à Agência Lusa.
Desde 2020, a PARSUK recebeu 181 candidaturas de 473 investigadores, tendo sido atribuídas 18 bolsas BRF a 41 investigadores.
As bolsas facilitaram a ligação entre 24 instituições de ensino e centros de investigação em Portugal e 30 no Reino Unido, como foi o caso da cooperação do Instituto Superior Técnico (IST) com a Universidade de Nottingham.
João Carlos Silva, investigador no Instituto de Bioengenharia e Biociências do IST, obteve uma BRF em 2021 em conjunto com uma colega da universidade britânica com o projeto "Impressão 3D de alta resolução combinada com biotintas biomiméticas para o fabrico 'in vitro' de osso vascularizado".
Desde então, alunos de doutoramento podem ser supervisionados pelas duas universidades e existem colaborações de trabalho a nível europeu.
A bolsa pagou a visita e alojamento de ambos às universidades parceiras e ainda reagentes para trabalhos experimentais, mas João Carlos Silva também aproveitou a deslocação para usar técnicas avançadas de microscopia existentes em Nottingham.
O projeto resultou na publicação de três artigos científicos.
"O mais interessante é a troca de conhecimento entre duas entidades. Tenho aconselhado colegas a concorrer, mesmo que o valor seja baixo", afirmou João Carlos Silva à Lusa.
José Fonseca, investigador no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço foi cobeneficiário de uma BRF em 2022 em parceria com a Queen Mary University London, onde tinha realizado um pós-doutoramento.
"Mantive contactos e comecei a coorientar um aluno de doutoramento de forma a estreitar relação e continuar a trabalhar nos projetos", explicou à Lusa.
O projeto financiado pretendia estudar o uso de futuros observatórios de ondas gravitacionais para perceber o universo e a evolução temporal dos buracos negros, e resultou em dois artigos científicos.
"O valor foi o intercâmbio porque ajuda a expandir horizontes e a solidificar relações", salientou José Fonseca.
O trabalho iria continuar de forma remota, admitiu, mas visitar o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto e conhecer os outros cientistas permitiu ao aluno levar "uma imagem diferente do que são centros de investigação em Portugal".
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