O novo Acordo de Salvaguardas Tecnológicas permitirá aos norte-americanos usarem a base — considerada a melhor localização do mundo para lançamento de foguetões, segundo a Reuters — para o seu programa espacial, em troca de pagamento pelo seu uso.
O Brasil, no entanto, não terá direito de acesso à tecnologia usada pelos Estados Unidos em mísseis, foguetões, artefactos e satélites, como o Governo brasileiro chegou a requerer.
No entanto, o novo acordo retira a segregação de uma área da base, como estava previsto no texto inicial, negociado em 2000, a que apenas os norte-americanos teriam acesso. A nova proposta delimita uma área de acesso restrito, mas não impede a entrada de brasileiros.
Localizada ao nível do equador, a base de Alcântara, pela sua posição geográfica, queima 30 por cento menos combustível nos lançamentos, e a partir dela os foguetõess podem carregar mais peso.
A base de Alcântara é há décadas a grande aposta do país para participar na corrida espacial, embora atrasos agravados por um grave acidente em 2003 tenham limitado o seu uso ao lançamentos de sondas, explica a agência France-Presse
As características deste complexo fazem dele um possível concorrente do centro espacial de Kourou, na Guiana Francesa.
No fim do Governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o Brasil e os Estados Unidos chegaram a um acordo para o uso da base de Alcântara, que foi bloqueado pelo Congresso brasileiro, por considerar que ameaçava a soberania nacional, criando uma zona que seria administrada pelos Estados Unidos, na prática.
O novo acordo, assinado durante a visita do presidente Jair Bolsonaro ao seu homólogo Donald Trump e que deverá ser ratificado por ambos os parlamentos, modifica o de 2000, limitando-se a dizer que será uma zona de acesso restrito.
O programa brasileiro teve vários incidentes, como o que ocorreu em 2003, quando um foguetão VSL explodiu na plataforma de lançamento causando a morte de 21 técnicos e a destruição de parte das instalações.
Em 2003, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) assinou um acordo com a Ucrânia para lançar satélites daquela base. Mas em 2015 a sua sucessora Dilma Rousseff (2011-2016) terminou a parceria, argumentando que tinha havido uma mudança nas condições tecnológicas e económicas.
*Com agência Reuters
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