Na noite de quinta-feira, todos os membros do Conselho “sublinharam a necessidade de todos os estados membros [da ONU] terem uma relação produtiva e funcional com o secretário-geral e se absterem de qualquer ação que prejudique o seu trabalho e o dos seus serviços”, sem mencionar Israel.
“Qualquer decisão que não envolva o secretário-geral da ONU ou as Nações Unidas é contraproducente, especialmente no contexto de uma escalada de tensões no Médio Oriente”, alertaram os 15 países, numa declaração escrita do Conselho, que em outubro é presidido pela Suíça.
Também os Estados Unidos, o maior aliado de Israel, a União Europeia, Portugal e o Brasil já manifestaram apoio a Guterres e deixaram críticas à decisão de Telavive.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu na quinta-feira a Israel que reconsidere a decisão, acompanhando a posição tomada na quarta-feira pelo Governo português.
“Penso que seria muito sensato que as autoridades israelitas reconsiderassem aquela atitude, por ser desproporcionada”, referiu.
A decisão foi anunciada na quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, por Guterres alegadamente não ter condenado o ataque do Irão a Israel, na noite de terça-feira.
“Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos”, disse Katz, num comunicado.
Na quarta-feira, durante uma sessão do Conselho de Segurança, na presença dos embaixadores israelita e iraniano, Guterres condenou, “mais uma vez, com veemência, o ataque massivo de mísseis do Irão contra Israel”.
Por outro lado, o português denunciou “o ciclo doentio” de violência numa região que descreveu como estando “à beira do precipício”.
Na terça-feira, Guterres já tinha condenado o agravar das tensões no Médio Oriente “com escalada após escalada” e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.
“Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente com escalada após escalada. Isso deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, frisou o ex-primeiro-ministro português, através da rede social X (antigo Twitter).
Guterres já se tinha manifestado “extremamente preocupado” com a escalada do conflito no Líbano, pedindo respeito pela “soberania e integridade territorial” deste país, horas depois de as Forças de Defesa de Israel terem iniciado uma ofensiva terrestre para deter a ameaça da milícia xiita Hezbollah, cujo líder, Hassan Nasrallah, foi morto na sexta-feira num bombardeamento israelita em Beirute.
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