O inquérito terá como objetivo averiguar abusos “sistemáticos e sustentados” no desporto sul-coreano, silenciados durante anos por vítimas com receio de serem banidas das suas modalidades, disse Choi Yoyn-ae, presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos citada pela agência Reuters.
“Vamos abrir uma investigação, que será a maior de todos os tempos, para averiguar os factos”, disse Choi, esta segunda-feira, em conferência de imprensa. Essa investigação será conduzida por uma comissão “independente e constante” e os dados recolhidos servirão para, por um lado, abrir processos e reencaminhá-los para as autoridades, por outro, para adotar medidas preventivas de proteção às vítimas.
Choi disse ainda que durante muito tempo as vítimas não se manifestaram devido a uma "cultura centrada em resultados e focada em medalhas".
Durante a investigação, cerca de 30 mil pessoas, entre atletas, treinadores e autoridades desportivas, serão ouvidas.
Escreve a agência Reuters que o movimento #meToo teve pouca expressão na Coreia do Sul, país onde temas como a má conduta sexual continua a ser tabu.
No entanto, a denúncia de uma patinadora de 21 anos, Shim Suk-hee, que acusa o seu ex-treinador Cho Jae-beom de agressão sexual desde os 17 anos, espoletou outras acusações na comunidade desportiva sul-coreana.
Desde dezembro de 2018, altura em que a atleta tornou públicos os atos de que foi vítima, outros atletas, do judo ao arco em flecha, seguiram o seu exemplo.
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