Siegal Sadetzki, diretora dos serviços públicos do Ministério da Saúde, renunciou ao cargo no dia seguinte ao anúncio do ministro da tutela, Yuli Edelstein, da sua intenção de nomear um responsável para a luta contra a pandemia, que lhe retiraria algumas das suas atuais responsabilidades.
“Após sucessos na luta (contra o vírus) a nova política provou ser um fracasso”, escreveu Sadetzki, epidemiologista, na sua conta pessoal da rede social Facebook.
“Nas últimas semanas, a bússola para o tratamento de pandemia ficou louca”, acrescentou Sadetzki, recordando as suas “repetidas advertências” para inverter a tendência de crescimento da pandemia.
“Ao ponderar tudo, cheguei à conclusão de que as minhas opiniões profissionais já não são levadas em consideração e que eu não posso continuar a trabalhar e a ajudar a combater a propagação do vírus”, concluiu a médica.
Hoje, entram em vigor as novas restrições decretadas pelo Governo, com o encerramento de bares e pavilhões desportivos, limitando o número de pessoas em locais públicos e aumentando a multa para pessoas que não usem máscaras em locais públicos.
De acordo com Sadetzki, “um desconfinamento demasiado rápido” reduziu os efeitos positivos da política israelita perante a primeira onda da pandemia.
“Uma mudança radical no processo de tomada de decisão é necessária para conter uma segunda vaga”, avisa a ex-responsável do Ministério da Saúde.
Edelstein, nomeado ministro da Saúde em maio, agradeceu a Sadetzki pelo seu “trabalho dedicado à saúde dos cidadãos israelitas”.
Em Israel, já se registaram 31.271 casos de contaminação com o novo coronavírus, incluindo 338 mortes, segundo os últimos dados oficiais, tendo-se registado uma média de mil casos diários de contágio, desde 02 de julho.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 538 mil mortos e infetou mais de 11,64 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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