"Pela primeira vez, a Frelimo concordou e disse sim, haverá eleição de governadores" nas eleições gerais de 2019, referiu o líder do principal partido da oposição, citado pelo portal do jornal O País e em declarações transmitidas pelo canal de televisão STV.
"É um acordo entre Dhlakama e [o Presidente da República] Nyusi", que dirige também a Frelimo, acrescentou.
Afonso Dhlakama discursava durante uma reunião da comissão política da Renamo na serra da Gorongosa, onde se encontra refugiado.
O líder da oposição referiu que, graças ao acordo, o projeto de descentralização da Renamo deverá ser aprovado quando chegar à Assembleia da República, onde a Frelimo tem maioria.
"Conseguimos. Em 2019 teremos governadores eleitos, da Renamo, Frelimo, MDM ou se calhar de outros partidos", faltando definir se a eleição será feita por voto direto ou por assembleia, referiu.
O presidente da Renamo disse ainda que continua a ser discutida a despartidarização das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e a integração dos homens da Renamo nas suas fileiras.
"Queremos que os nossos comandos militares sejam enquadrados nos lugares de chefia. O exército deve ser neutro. Não deve pertencer nem à Renamo, nem à Frelimo e nem a qualquer outro partido", referiu.
Dhlakama terminou o discurso garantindo que continuará a manter contactos com o Presidente da República para que se alcance um acordo de paz entre Governo e Renamo e exprimiu um desejo: "gostaria de governar, com democracia", mesmo que fosse "por um mandato, como fez Mandela" e depois deixar a tarefa para os jovens.
Apesar de Governo e Renamo terem assinado em 1992 o Acordo Geral de Paz, e um segundo acordo em 2014 para a cessação das hostilidades militares, Moçambique vive ciclicamente surtos de violência pós-eleitoral, devido à recusa do principal partido da oposição em aceitar os resultados, alegando fraude.
Em maio, o líder da Renamo anunciou uma trégua nos confrontos com as FDS por tempo indeterminado, após contactos com o chefe de Estado moçambicano.
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