A guerra na Europa tem servido de pano de fundo da Eurovisão Song Contest nos últimos anos. Além de celebrar a música, o palco do festival tem servido como um espaço de contestação e homenagem.

Face aos ataques em Gaza, numa declaração assinada coletivamente, mais de 70 antigos participantes do festival criticaram duramente a UER e exigiram a exclusão de Israel da competição.

A carta acusa a UER de "pactuar com os crimes israelitas em Gaza", ao permitir a participação de Telavive no concurso, apesar das suas "graves violações do direito humanitário internacional", refere o jornal britânico The Independent.

A reivindicação questiona ainda a "dualidade de critérios" adotada, uma vez que a União já tinha excluído a Rússia do concurso em 2022, na sequência da sua invasão da Ucrânia.

Thea Garrett, representante de Malta na Eurovisão de 2010, é uma das signatárias da carta, e defende que: "Não pode haver uma regra para a Rússia e uma regra diferente para Israel. Se bombardearem, são excluídos".

Em resposta, a UER declarou que "reconhece plenamente a preocupação internacional associada ao conflito no Médio Oriente" e que está "em contacto permanente com os participantes da edição deste ano".

Os signatários da carta descrevem o concurso deste ano como "o mais politizado, caótico e perturbador da história da Eurovisão", mesmo com a continuação de reivindicações de anos anteriores.

A portuguesa Fernanda Tordo é uma das signatárias da carta.