“Esta é uma questão de vida ou morte, um assunto de emergência, e vamos discutir isso esta tarde. Acredito que o Conselho de Segurança não pode simplesmente falar, o Conselho tem que agir”, disse Rivière minutos antes de entrar numa reunião a portas fechadas sobre os ataques israelitas a Rafah durante o fim de semana.
Juntamente com as exigências habituais de cessar-fogo, a libertação de reféns detidos pelo Hamas e o acesso à ajuda humanitária, Rivière frisou que o Conselho deve “tomar medidas e permitir que a ONU desempenhe plenamente o seu papel na Faixa de Gaza, para assim cobrir as necessidades imediatas da população”.
Nessa lógica, o Conselho “deve permitir que os palestinianos governem Gaza, que será parte integrante do seu Estado, caso contrário continuaremos (a saltar) de crise em crise”, advogou o diplomata francês, juntando-se às vozes que apelam a um pós-guerra liderado pelos palestinianos e opondo-se à sugestão israelita, de um eventual Governo futuro a partir de uma coligação árabe sem o Hamas e sem a Autoridade Palestiniana.
Embora as resoluções do Conselho de Segurança sejam teoricamente vinculativas – e não apenas simbólicas, como as da Assembleia Geral -, este órgão já aprovou desde o início da guerra pelo menos dois projetos que não tiveram qualquer efeito no terreno, sendo que o último foi aprovado a 25 de março e pediu “um cessar-fogo imediato” e o acesso de ajuda humanitária a Gaza, reivindicações que Israel se recusou a implementar.
O Tribunal Internacional de Justiça também pediu a Israel na semana passada que encerrasse imediatamente as operações militares em Rafah, ordens que o Governo israelita igualmente não cumpriu.
Pelo contrário, reforçou a sua ofensiva, com o exército israelita a cometer um dos massacres mais sangrentos desta guerra no domingo passado, com dezenas de vítimas mortais no bombardeamento de um campo de deslocados perto de Rafah.
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