De acordo com a presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma, desde as 20:00 de quarta-feira até ao momento “houve uma grande alteração” da situação que se vivia no concelho.
“As coisas estiveram muito descontroladas e com projeções muito fortes e rápidas, devido ao vento e à morfologia do próprio terreno, mas agora, atendendo ao que se viveu há horas (…), as coisas estão bem mais tranquilas”, afirmou Rosa Palma.
Relativamente às pessoas deslocadas para o pavilhão da escola em Silves, a autarca esclareceu que são moradores, ou turistas de alojamentos locais, de localidades situadas ao longo da Estrada Nacional 124 (EN124), no concelho de Silves.
“Temos vários tipos de pessoas a pernoitar no pavilhão, desde pessoas que estavam em alojamentos locais a pessoas mais idosas. Temos aqui um acompanhamento específico para as pessoas com mais idade, algumas dessas pessoas têm toma de medicamentos, são pessoas com problemas de saúde e tentamos dar resposta a todas essas necessidades”, disse a responsável.
Segundo a presidente da autarquia, até ao momento não existe “conhecimento oficial” de que alguma habitação no concelho tivesse ardido.
De acordo com as autoridades, o trânsito encontra-se cortado na EN124 entre Silves e S. Bartolomeu de Messines desde a noite de quarta-feira.
O presidente da Câmara Municipal de Monchique, Rui André, disse à agência Lusa, cerca das 01:00, que “só há pouco tempo” conseguiram acalmar as “zonas mais quentes” em três localidades do concelho que levantam “alguma preocupação”.
“O empenhamento e dedicação dos bombeiros foram fundamentais, apesar das condições muito adversas no terreno. Temos ventos muito fortes, há humidade alta, mas os ventos fortes dificultam o trabalho dos operacionais”, afirmou o autarca.
Segundo o responsável, nas últimas horas houve uma “evolução favorável”, mas mantém-se o “estado de alerta constante” no terreno.
“Nas últimas horas evoluiu favoravelmente, mas não fazemos para já um balanço muito otimista, uma vez que até ao momento as previsões correram sempre mal. Quando as coisas estavam controladas as mudanças de vento originavam reacendimentos ou progressões em zonas que estavam tranquilas”, disse.
A presidente do município de Portimão, Isilda Gomes, confirmou à agência Lusa que, cerca das 01:00, não havia nenhuma frente a lavrar no concelho.
Num ‘briefing’ realizado em Monchique, no distrito de Faro, cerca das 20:00 de quarta-feira, a 2.ª comandante operacional nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, afirmava que não era esperada “uma noite fácil”, dada a situação complexa em Silves.
O incêndio deflagrou na sexta-feira em Monchique, lavrando também nos concelhos de Portimão e Silves.
Segundo um balanço feito na manhã de quarta-feira e que não foi alterado, há 32 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa).
De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas já consumiram mais de 21.300 hectares. Em 2003, um grande incêndio destruiu cerca de 41 mil hectares nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.
Na terça-feira, ao quinto dia de incêndio, as operações passaram a ter coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil, depois de terem estado sob a gestão do comando distrital.
Às 02:10 de hoje estavam mobilizados para o combate às chamas 1.444 operacionais apoiados por 460 meios terrestres, segundo a página da Proteção Civil.
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