“As tropas [russas] já estão em território da empresa”, disse o chefe da delegação negocial ucraniana, indicando que as autoridades do país continuam em contacto com as tropas que resistem no complexo industrial novamente sob fogo russo.

Pouco antes, o presidente da câmara de Mariupol, Vadym Boychenko, tinha afirmado na televisão ucraniana que tinha sido perdido o contacto com os resistentes.

O Estado-Maior ucraniano, por seu lado, tinha anunciado que o exército russo iniciara hoje uma nova ofensiva, com apoio aéreo, para tentar tomar o controlo das instalações da siderurgia, onde estão refugiadas centenas de civis.

“Prosseguem o cerco e as tentativas para derrotar as nossas unidades do complexo de Azovstal. Em alguns pontos, os ataques contam com o apoio aéreo, com o objetivo de tomar o controlo da siderurgia. Sem êxito”, declarou o Estado-Maior num comunicado.

A câmara de Mariupol também alertou sobre estes novos ataques, recordando que naquele local continuam refugiadas centenas de civis, entre os quais 30 crianças, à espera de serem de lá retirados pelas equipas das agências humanitárias.

As autoridades ucranianas tentaram estabelecer hoje quatro pontos de recolha de cidadãos em Mariupol, mas advertiram de que a situação da segurança é “muito difícil”, nas palavras da vice-primeira-ministra, Iryna Vereshchuk.

Segundo Kiev, entre as ruínas da cercada cidade portuária do sudeste da Ucrânia, há mais de 10.000 habitantes sem água, comida, medicamentos e eletricidade.

A Rússia iniciou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar o país vizinho para segurança da Rússia -, condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, e a guerra, que entrou hoje no 70.º dia, causou até agora a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, mais de 5,5 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classifica como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A ONU confirmou hoje que 3.238 civis morreram e 3.397 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.