“Nos últimos dez dias aumentou a pressão [do exército ucraniano]”, disse Pasechnik em declarações à televisão pública russa.
No entanto, assegurou que as forças russas e as milícias russófonas da região “aguentam” a pressão e que “o inimigo não conseguiu obter êxitos”.
O porta-voz militar de Lugansk, Andrei Marochko, tinha referido na quarta-feira que as forças ucranianas concentraram forças perto desta região e tentavam romper insistentemente as linhas de defesa russas.
Pasechnik também indicou que os ucranianos efetuam “tentativas quase diárias” para garantir avanços territoriais em Lugansk e “em todas as direções”.
“Repelimos essas tentativas com regularidade”, asseverou, e acrescentando que “o inimigo sofre muitas baixas”.
O dirigente russófono local assinalou que apenas “uma ínfima parte, cerca de 1%” do território da região de Lugansk não se encontra sob controlo das forças russas, e quando Moscovo anunciou em julho passado o controlo de toda a região.
Em paralelo, bombardeamentos russos provocaram hoje danos em instalações da empresa de gás ucraniana Naftogaz no leste do país, segundo indicou o seu presidente Oleksiy Chesnyskov, citado pelo portal digital Ukrinform.
“Sabemos de várias peças destruídas, outras foram danificadas. Atualmente estão a ser analisadas as consequências e a recolher informações sobre as vítimas”, disse o responsável da Naftogaz, principal fornecedor de gás do país.
As autoridades ucranianas têm acusado a Rússia de ataques sistemáticos contra instalações relacionadas com a produção e fornecimento de gás e contra outras infraestruturas essenciais, incluindo centrais elétricas e outras instalações energéticas.
Esta situação está a originar frequentes cortes no fornecimento de energia elétrica, incluindo em Kiev, a capital ucraniana.
Hoje, o chefe da administração militar regional de Kiev, Oleksiy Kuleba, indicou que estes cortes de emergência vão continuar a ocorrer.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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