“Pelo menos 9.158 pessoas — 45 por cento das quais crianças — chegaram aos distritos de Nangade, Mueda, Montepuez e Pemba, de acordo com a última atualização da Organização Mundial para as Migrações”, afirma o OCHA, em comunicado divulgado hoje.
Os ataques terroristas sobre as populações no norte de Moçambique já tinham, antes do ataque a Palma, obrigado quase 670.000 pessoas a fugir, contando-se entre elas 160.000 mulheres e adolescentes, 19.000 das quais grávidas.
Das pessoas que fugiram de Palma, 67 por cento conseguiram ficar com famílias de acolhimento, que receberam os deslocados em casa.
O OCHA salienta que “a situação continua volátil e milhares de pessoas estão em movimento em busca de segurança e assistência”, no distrito de Palma, depois de o movimento terrorista Estado Islâmico ter reivindicado, na segunda-feira passada, o controlo da vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia.
Em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, foi montado um centro de receção no porto e um centro de triagem num pavilhão desportivo.
Os trabalhadores humanitários estão a distribuir alimentos aos deslocados, a montar instalações sanitárias e a encaminhar as pessoas que precisam de cuidados médicos mais urgentes.
Na terça-feira, o porta-voz do OCHA, Jens Laerke, disse à agência Lusa que a situação em Palma é “um horror absoluto infligido contra civis por um grupo armado não estatal”.
“Fizeram coisas horríveis e continuam a fazê-las”, disse o responsável, frisando que os ataques continuarão a levar milhares de pessoas a fugir.
O OCHA afirma que há milhares de pessoas ainda a caminhar pela floresta para chegarem a locais seguros, e refere que um número ainda desconhecido de deslocados está em Quitunda, 15 quilómetros a sul de Palma.
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