"O líder deixou os ´dossiers` [sobre a paz] claros, estão discutidos e estão na mesa, o que precisamos é que ninguém mude, ninguém altere", disse, em declarações à Lusa, em Maputo, o chefe nacional adjunto para Mobilização da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Domingos Gundana.
Domingos Gundana assegurou que os membros da Renamo estão comprometidos com a manutenção da paz e vão empenhar-se em concluir com sucesso o processo negocial com o Governo.
"Estamos em paz neste momento, se alguém ainda pensa em guerra, está fora do rumo, nenhum membro da Renamo está a pensar no passado [de guerra]", acrescentou.
Os membros e simpatizantes da Renamo, prosseguiu, saberão honrar o legado de paz que Afonso Dhlakama deixou.
Domingos Gundana adiantou que a Comissão Política da Renamo poderá reunir-se hoje na cidade da Beira para discutir a sequência das exéquias fúnebres de Afonso Dhlakama e os passos necessários para a normalização da situação do partido após a morte do seu líder.
O chefe nacional adjunto para a Mobilização da Renamo afastou o risco de tensões entre a ala política e o braço armado do partido, realçando o princípio da unicidade.
"A Renamo foi sempre una, teve sempre um líder e nunca houve divisões", enfatizou Domingos Gundana.
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, morreu na quinta-feira, aos 65 anos, na Serra da Gorongosa, devido a complicações de saúde.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, referiu à Televisão de Moçambique (TVM) que foram feitas tentativas para o transferir por via aérea para receber assistência médica no estrangeiro, mas sem sucesso.
Fontes partidárias contaram à Lusa que o presidente do principal partido da oposição moçambicana faleceu quando um helicóptero já tinha aterrado nas imediações da residência, na Gorongosa.
O seu corpo encontra-se desde a madrugada na morgue do Hospital Central da cidade da Beira.
EUA destacam empenho do líder da Renamo pela democracia e paz
A embaixada dos EUA em Maputo destacou hoje o empenho de Afonso Dhlakama na busca da democracia e paz em Moçambique, encorajando a Renamo e o Governo a honrarem o legado do político.
“Através de um esforço conjunto, primeiro com o Presidente Joaquim Chissano e mais recentemente com o Presidente Filipe Jacinto Nyusi, Afonso Dhlakama provou a Moçambique e ao mundo que estava empenhado em alcançar a democracia e uma paz duradoura”, diz a embaixada norte-americana, em comunicado hoje divulgado em Maputo.
A nota prossegue assinalando que, mesmo nos seus últimos dias, o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) trabalhou perseverantemente para promover os objetivos da descentralização e desmilitarização do braço armado do principal partido da oposição.
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