“Os aliados têm de mudar e passar a ter um pensamento de guerra”, afirmou Shekerinska na conferência anual “Sociedade e Defesa”, que decorre na cidade sueca de Sälen.
Numa intervenção na conferência, Shekerinska apelou ao aumento e aceleração da dotação para as despesas militares em resposta ao que chamou de “campanha hostil” da Rússia contra a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que inclui “ataques cibernéticos, sabotagem e desinformação”.
“A Rússia está a preparar-se para um grande confronto connosco, já o disse abertamente”, sublinhou a vice-secretária-geral da NATO, referindo que os gastos militares de Moscovo este ano serão de 7% a 8% do PIB (Produto Interno Bruto) “se não mais”.
A conferência “Sociedade e Defesa” é um fórum sobre segurança na Suécia que reúne, todos os anos, representantes de partidos políticos, sindicatos, empresas e outros.
No dia da abertura, domingo, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, disse que o seu país não estava em guerra, mas também não estava em paz, num discurso em que enfatizou a importância de reforçar a segurança face a “ataques híbridos” e outras ameaças.
“Não estamos em guerra, mas também não há paz. A verdadeira paz exige liberdade e a ausência de conflitos graves entre países. Mas nós e os nossos vizinhos estamos expostos a ataques híbridos, levados a cabo não por robôs e soldados, mas por computadores, dinheiro, desinformação e perigos de sabotagem”, frisou.
As declarações de Radmila Shekerinska surgem no mesmo dia em que o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, visita o Parlamento Europeu para abordar a segurança transatlântica com os eurodeputados.
É a primeira visita oficial do secretário-geral da NATO, ex-primeiro-ministro dos Países Baixos, ao Parlamento Europeu, desde que iniciou funções, em 01 de outubro de 2024.
A discussão com os eurodeputados realiza-se no âmbito da Comissão de Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, com a participação de parlamentares que pertencem à subcomissão de Segurança e Defesa e de elementos da Assembleia Parlamentar da Aliança Atlântica.
No contexto da invasão russa da Ucrânia, que vai completar três anos no dia 24 de fevereiro, Rutte vai abordar com os eurodeputados o reforço do apoio às Forças Armadas ucranianas e também a cooperação transatlântica e com a União Europeia (UE).
No final de 2024, o secretário-geral da NATO encontrou-se com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e em conjunto referiram a necessidade de criar sinergias entre os blocos político-militar e político-económico.
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