“Três resgates nas últimas 24 horas e todos em zona de responsabilidade maltesa. O #OpenArms navega com 219 pessoas a bordo, incluindo 56 menores, 17 com menos de 10 anos de idade, e 13 mulheres, duas delas grávidas. #CadaVidaConta”, escreveu o fundador da ONG catalã Proativa Open Arms, Oscar Camps, nas redes sociais.
As duas últimas operações de resgate acabaram por ser concluídas “após uma noite de buscas”, precisou a ONG, que foi alertada pela “Alarm Phone”, outra organização que recebe as chamadas de emergência feitas por embarcações de migrantes que se encontram em perigo em alto mar.
O alerta emitido indicava que existiam várias embarcações em perigo e à deriva.
Na primeira operação, o navio “Open Arms” resgatou 38 pessoas, incluindo 14 crianças (todas muito jovens e uma com apenas 04 meses de idade) e sete mulheres.
Estas pessoas estavam a bordo de uma embarcação igualmente em dificuldades, que também estava numa zona de salvamento da responsabilidade das autoridades de Malta.
Estes migrantes em questão encontravam-se há dois dias à deriva após terem saído da Líbia.
As operações de resgate ocorreram na rota migratória do Mediterrâneo Central (que sai da Argélia, Tunísia e Líbia em direção à Itália e a Malta), a mais letal para os migrantes.
Entre as rotas do Mediterrâneo, a Central registou no ano passado 984 mortes, segundo dados recentes da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Ainda nas redes sociais, a ONG catalã Proativa Open Arms reiterou que “a Líbia não pode ser considerada de modo algum um porto seguro” e que “as autoridades europeias devem parar de rejeitar aqueles que tentam atravessar o Mediterrâneo”.
Devido à situação do país, imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muhammar Kadhafi em 2011, a Líbia não é considerada um porto seguro.
A Líbia tornou-se nos últimos anos uma placa giratória para centenas de milhares de migrantes, sobretudo africanos e árabes que tentam fugir de conflitos, violência e da pobreza, que procuram alcançar a Europa através do mar Mediterrâneo.
As denúncias sobre as condições desumanas e as violações dos direitos das pessoas mantidas em centros de detenção de migrantes na Líbia também são frequentes.
Por seu lado, Itália e Malta continuam a argumentar que os seus portos também não são seguros neste momento para os migrantes resgatados, na sequência da crise do novo coronavírus.
No caso de Itália, as autoridades estão a obrigar os migrantes resgatados com autorização para entrar no país a cumprirem duas semanas de quarentena preventiva a bordo de um navio antes de pisarem solo italiano e de serem transferidos para centros de acolhimento.
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