"Há um comboio a caminho de Azovstal para chegar amanhã de manhã com a esperança de poder retirar os civis que vivem ali, nesse inferno sombrio que dura várias semanas", declarou o secretário-geral adjunto da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, numa conferência sobre a situação na Ucrânia em Varsóvia, na Polónia.

Uma primeira operação deste tipo organizada desde o passado fim de semana pela ONU e pela Cruz Vermelha já tinha permitido a retirada de 101 pessoas deste imenso complexo metalúrgico onde estão entrincheirados civis e os últimos combatentes ucranianos que defendem Mariupol.

A primeira caravana chegou com segurança na terça-feira a Zaporijia, cidade sob o controlo do exército ucraniano.
De acordo com Griffiths, na quarta-feira a ONU também escoltou mais de 340 civis que queriam fugir de "várias áreas de Mariupol".

O exército ucraniano anunciou na quinta-feira que os combates continuam em Azovstal, acusando a Rússia de querer "aniquilar" os últimos defensores deste local, embora o exército russo tenha anunciado um cessar-fogo unilateral a partir da manhã de hoje.

De acordo com o presidente do município de Mariupol, Vadim Boitchenko, cerca de 200 civis ainda estão nas galerias subterrâneas de Azovstal, onde as forças ucranianas relataram "combates violentos e sangrentos".