Um relatório publicado hoje pelo Alto-comissário, Zeid Raad al-Hussein, "identifica atos que constituem graves violações de direitos humanos e abusos em relação ao direito humanitário internacional - que se podem assemelhar a crimes de guerra".
Segundo as investigações conduzidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), realizadas entre 16 de abril e 24 de maio, "pelo menos 232 civis morreram e muitos outros ficaram feridos em ataques levados a cabo por forças governamentais, os seus aliados e grupos de jovens armados, nas aldeias das zonas controladas pela oposição, Mayendit e Leer".
"Idosos, deficientes e crianças foram mortos em terríveis atos de violência", indicou o relatório, referindo ainda que as "forças de oposição também realizaram ataques armados que vitimizaram civis".
Durante os ataques governamentais de abril e maio, a violência sexual foi utilizada como uma "arma de guerra", garantiu o Alto-comissário, afirmando que "pelo menos 120 mulheres e raparigas foram vítimas de violação ou de violação em grupo, incluindo uma rapariga de quatro anos".
Al Hussein reiterou ainda que não pode ser permitida a fuga dos autores dos crimes, "incluindo aqueles com responsabilidades de comando".
"O Governo do Sudão do Sul e a comunidade internacional têm a obrigação de assegurar a justiça" no país, de modo a que os responsáveis sejam devidamente culpabilizados, disse o Alto-comissário.
A guerra civil no país começou em 2013, dois anos após a independência do Sudão do Sul em relação ao Sudão.
O conflito sul-sudanês já causou milhares de mortos e levou o país à beira da fome, com seis milhões de pessoas sem acesso a alimentos suficientes e quatro milhões de deslocados.
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