A 20 de novembro de 2014, Carlos Santos Silva, ex-administrador do grupo Lena e amigo de José Sócrates, foi detido no âmbito da Operação Marquês, tal como o ex-motorista do antigo primeiro-ministro socialista, João Perna.
O advogado Gonçalo Trindade Ferreira e Joaquim Lalanda de Castro, representante da multinacional farmacêutica Octapharma, foram os outros detidos no âmbito da investigação que envolve também José Sócrates.
Chefe de Governo entre 2005 e 2011, Sócrates foi detido na noite de 21 de novembro de 2014, quando chegava ao aeroporto de Lisboa vindo de Paris, no âmbito de um processo de suspeitas de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
Na altura, uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR) adiantava terem sido feitas quatro detenções no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), no qual se investigavam "suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção".
Foi a primeira vez na história da democracia portuguesa que um antigo primeiro-ministro foi detido para interrogatório.
Os quatro detidos começaram a ser ouvidos a 22 de novembro no Campus da Justiça, em Lisboa, onde chegaram em carros descaracterizados que seguiram em marcha de emergência para as garagens.
Em 2014, a PGR esclareceu também que a investigação que levou à detenção do ex-primeiro-ministro teve origem numa comunicação bancária efetuada ao DCIAP e que "o inquérito investiga operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificação conhecida e legalmente admissível”.
Posteriormente, o tribunal decretou prisão preventiva para Carlos Santos Silva, João Perna, José Sócrates -, enquanto ao advogado Gonçalo Trindade Ferreira ficou proibido de contactos com os restantes arguidos assim como de se ausentar para o estrangeiro, com a obrigação de entregar o passaporte e de se apresentar duas vezes por semana ao DCIAP.
Sócrates acabou por cumprir nove meses de prisão preventiva no estabelecimento Prisional de Évora, estando indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.
A Operação Marquês levou ainda à detenção, a 09 de julho de 2015, do ex-ministro socialista Armando Vara, que esteve em prisão domiciliária com pulseira eletrónica até 08 de outubro de 2015.
Atualmente o processo tem 18 arguidos, entre os quais Bárbara Vara, filha de Armando Vara, o empresário do grupo Lena Joaquim Barroca, a mulher de Carlos Santos Silva, Inês do Rosário, e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro assim como o empresário luso-angolano Helder Bataglia.
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