Com 186 quilómetros de extensão, quase metade dos 418 km da fronteira, a vedação, feita em metal, terá cinco metros e meio de altura e vai custar cerca de 353 milhões de euros, devendo estar concluída em junho.

O projeto suscitou preocupações aos ativistas de direitos humanos e ambientais. Os primeiros por temerem que os migrantes que fogem de situações de conflito não possam solicitar asilo e os segundos pelos efeitos nocivos para a fauna e flora da zona florestal na fronteira.

A União Europeia apoiou a Polónia e criticou fortemente a Bielorrússia.

Por seu lado, o Governo polaco recusou a proposta de Bruxelas de envolver a agência europeia Frontex na vigilância das fronteiras e aprovou uma lei que permite que os imigrantes em situação ilegal sejam devolvidos sem esperar que solicitem asilo.

“Queremos reduzir ao máximo os danos”, disse a porta-voz da guarda de fronteira polaca Anna Michalska, citada pela agência polaca PAP.

“O número de árvores a abater será limitado ao mínimo indispensável. O muro será construído ao longo da estrada fronteiriça”, disse, acrescentando que os construtores usarão exclusivamente as estradas existentes.

A Polónia já tinha anunciado, no final do ano passado, que iria construir um muro ao longo da fronteira com a Bielorrússia, depois de, desde o verão, milhares de migrantes, na sua maioria oriundos do Médio Oriente, terem atravessado ou tentado atravessar a fronteira da Bielorrússia para a Polónia, num movimento que a União Europeia acusa Minsk de fomentar.

“O projeto que precisamos de concretizar é um investimento absolutamente estratégico e prioritário para a segurança da nação e dos seus cidadãos”, disse em novembro o ministro do Interior polaco, Mariusz Kaminski.

O ministro sublinhou, na altura, que os contratos para construção do muro seriam assinados até 15 de dezembro e os trabalhos deveriam começar antes do final desse mês e decorrer 24 horas por dia, sendo os trabalhadores divididos em três turnos.

Também em novembro, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, admitiu a possibilidade de “financiar uma infraestrutura física”, como um muro, para “proteger melhor a fronteira da União Europeia”, depois de o Governo polaco ter pedido ajuda a Bruxelas para concretizar o projeto.

Os dois líderes concordaram que o regime do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, é o culpado pela situação que se vive na fronteira, onde centenas de migrantes se concentram há meses, vivendo muitos atualmente em acampamentos precários, apesar do frio glacial, na esperança de passarem a fronteira para a Polónia, ou seja, para a UE.

A Bielorrússia rejeita as acusações, acusando, por sua vez, a Polónia de violações dos direitos humanos ao recusar a entrada dos migrantes no seu território.

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