"O Presidente da República condena o ato praticado e insta às autoridades competentes a esclarecê-lo", lê-se num comunicado da Presidência moçambicana enviado hoje à Lusa.
Jeremias Pondeca, um dos membros da Renamo nas negociações de paz com o Governo e também conselheiro de Estado de Moçambique, foi assassinado no sábado em Maputo, mas o seu corpo só foi identificado no domingo na morgue do Hospital Central, com a ajuda dos familiares.
No comunicado, o Presidente moçambicano destaca que Jeremias Pondeca "prestou uma contribuição valiosa" como conselheiro de Estado, apresentando condolências ao maior partido de oposição em Moçambique pela perda.
"O Presidente da República, em seu nome e em nome do Conselho de Estado, apresenta as mais sentidas condolências à família enlutada", acrescenta o documento.
De acordo com as autoridades moçambicanas, testemunhas disseram que Pondeca foi alvejado a tiro por quatro desconhecidos, que se transportavam numa viatura Toyota Runx, e o seu corpo foi abandonado na praia da Costa do Sol.
A morte do membro do maior partido de oposição acontece num momento em que Moçambique atravessa uma crise política e militar, marcada por confrontos no centro do país entre o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.
As autoridades acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da empresa mineira brasileira Vale.
Alguns dos ataques foram assumidos pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama, que os justificou com o argumento de dispersar as Forças de Defesa e Segurança, acusadas de bombardear a serra da Gorongosa, onde presumivelmente se encontra.
Os governos de Portugal, França e EUA e a União Europeia (UE) já condenaram a morte de Jeremias Pondeca, encorajando o Governo e a Renamo a perseguirem a via do diálogo para o fim da crise política e militar.
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