O chefe do executivo francês reagia de forma indireta às propostas do ex-primeiro-ministro François Fillon, que no domingo liderou a primeira volta das primárias do centro-direita com um programa que defende, entre outras coisas, a supressão de 500.000 empregos na administração pública.
Esse número, explicou Valls numa breve declaração, implica “menos professores, profissionais de saúde, serviços públicos de proximidade, polícias, quando aquilo de que necessitamos em todo o território é de um reforço dos meios de segurança”.
“França não precisa de soluções ultraliberais e conservadoras. Pelo contrário, precisa de investir em educação e em formação. Precisa de uma república que defina o rumo da nossa sociedade com regras, uma república firme e acolhedora”, sustentou.
Segundo o primeiro-ministro, o país precisa de “todos os seus funcionários e agentes públicos” e só a união da esquerda — que em janeiro realiza as suas próprias primárias — permitirá concretizar esse projeto.
“Não me resigno a ver a extrema-direita presente na segunda volta” das presidenciais, disse Valls sobre as eleições de abril e maio de 2017.
Na sua intervenção, congratulou-se também com o resultado da primeira volta das primárias deste domingo, nas quais o também ex-chefe de Governo Alain Juppé se classificou como segundo candidato em liça para a segunda volta do próximo dia 27.
Os mais de quatro milhões de franceses que participaram no escrutínio demonstram, na opinião de Valls, que há, entre os cidadãos, “uma vontade de participação” e de “fazer ouvir a sua voz”.
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