"Eu nunca concorri para sondagens. Mas estarão a dizer assim, ‘mas alguém concorre para sondagens’? Mas há quem há. Há muita gente que anda aqui, que anda na política justamente em torno daquilo que são as sondagens que vão saindo, umas de encomenda, outras sem ser de encomenda. Não, isso não é estar na política", defendeu Rui Rio.
O líder do PSD, que falava hoje no Porto, na apresentação do programa eleitoral do partido, defendeu que "estar na política é ir a eleições", ganhar ou perder, mas, sobretudo, em caso de vitória, honrar os compromissos.
Declarando-se convencido de que no dia 06 de outubro os compromissos inscritos no programa social-democrata "vão ter o merecimento do povo português", Rui Rio salientou que, mais importante que as ideias, "é a vontade de as fazer e, acima de tudo, a coragem de as fazer".
"A coragem de afrontar interesses instalados e uma coragem ligada a um certo desprendimento do poder. É isso que eu tenho, sempre tive e agora ainda tenho mais. Foi assim quando eu tinha 30 anos porque é que não iria ser assim quando cheguei aos 60 anos?", acrescentou.
"Não estou aqui por nenhuma vaidade pessoal que é coisa que eu nunca tive, nem a vaidade justifica a parte dos custos que o desenho desta função e da função de primeiro-ministro suporta. Fosse por isso ficava a perder longamente”, explicou.
Para Rio, a escolha dos portugueses nas legislativas estará, sobretudo, centrada na escolha do perfil necessário para mudar Portugal.
"Quando olharem para a folha e tiverem de pôr uma cruz no PS ou no PSD para ver quem vai liderar o próximo Governo, têm de olhar às ideias, mas têm de olhar, acima de tudo, a quem é que fala e a quem é que faz e quem é que tem o perfil e a coragem e o desprendimento para mudar aquilo que Portugal tem de mudar", concluiu.
O PSD apresentou hoje formalmente, no Porto, o programa eleitoral do partido às legislativas, depois de o documento ter sido aprovado em Conselho Nacional no final de julho.
O documento hoje divulgado, que foi aprovado com 17 abstenções, contém algumas alterações em relação ao texto distribuído no Conselho Nacional, com medidas novas na área da justiça, como a criação do Provedor do Utente Judiciário ou a reforma do sistema de avaliação dos magistrados.
No início de julho, os sociais-democratas começaram por apresentar o cenário macroeconómico que enquadra o programa, com base nas previsões do Conselho das Finanças Públicas, estimando uma redução de 3,7 mil milhões de euros da carga fiscal na próxima legislatura e um aumento de 3,6 mil milhões de euros de investimento público ao longo de quatro anos.
Prevendo uma folga orçamental na ordem dos 15 mil milhões de euros em quatro anos, o PSD estima usar um quarto a reduzir impostos (dos quais metade para as empresas e metade para as famílias), um quarto a aumentar o investimento público, mais de 40% para a despesa corrente e o restante na redução do défice.
O PSD prevê ainda a descida da dívida pública e a eliminação do défice público estrutural, estimando um ligeiro superavit do saldo estrutural até 2023.
Durante o mês de julho e também na segunda quinzena de agosto foram sendo apresentadas com detalhe medidas em áreas como a fiscalidade, saúde, natalidade, combate às alterações climáticas, reforma do sistema político e justiça.
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