“No camião, com um sistema de refrigeração que não funcionava, 152 corpos foram armazenados”, afirmou o porta-voz da Defesa russa, Igor Konashénkov, num comunicado.

Segundo Konashénkov, os sapadores russos encontraram minas colocadas debaixo dos cadáveres dos soldados ucranianos, com uma carga explosiva capaz “de destruir todos os corpos no camião”.

De acordo com as autoridades russas, tal ação foi interpretada como uma manobra de Kiev para atribuir responsabilidades a Moscovo pela eliminação “deliberada” dos corpos dos combatentes encontrados no complexo industrial de Azovstal e para impedir o transporte e a entrega dos cadáveres às famílias.

O mesmo porta-voz assegurou que “em breve” o lado russo entregará os corpos encontrados a representantes da Ucrânia.

A Rússia anunciou em 20 de maio a rendição completa dos militares ucranianos, que ficaram entrincheirados no complexo siderúrgico de Azovstal cerca de dois meses.

No total, segundo Moscovo, entre 15 e 20 de maio, 2.439 combatentes ucranianos renderam-se, a maioria membros do regimento Azov, grupo considerado ultranacionalista que foi integrado no exército ucraniano.

Estes militares foram transportados para territórios controlados por Moscovo.

Entretanto, o líder da autoproclamada República Popular de Donetsk (reconhecida pela Rússia), Denis Pushilin, afirmou hoje que o julgamento dos militares que se renderam começará “num futuro próximo” com o envolvimento de “organizações internacionais e representantes de outros países, entre os quais, ocidentais”.

Alguns dos combatentes, acrescentou, podem ser condenados à “pena máxima” por “violação, tortura e assassínio de civis” no Donbass (leste ucraniano).

Na segunda-feira, um porta-voz das milícias pró-Rússia em Donetsk indicou que alguns dos crimes imputados ao regimento Azov são puníveis na autoproclamada república com a “pena de morte”.