“Qualquer aumento da presença militar da NATO no Mar Negro carece de sentido do ponto de vista militar, não fortalece a segurança – nem a da Aliança, nem tampouco a da região – e só implica mais riscos militares”, afirmou o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Alexander Grushko.
Acrescentou ainda que a Rússia está preparada para reagir com medidas adicionais às mudanças da situação na região do Mar Negro, em declarações à agência oficial russa, RIA Novosti.
“Vamos avaliar as coisas com cuidado e, se forem necessárias novas medidas militares da nossa parte, vamos aplicá-las”, asseverou.
O responsável respondeu desta maneira à embaixadora norte-americana para as Nações Unidas (ONU), Kay Bailey Hutchison, que anunciou que Washington vai pedir, ainda esta semana, aos aliados para aprovarem um pacote de medidas destinado a aumentar a presença da Aliança no Mar Negro.
Segundo a diplomata, o objetivo é combater a influência russa na região onde, no passado mês de novembro, Moscovo capturou, com uso da força, três barcos e 24 marinheiros ucranianos para impedir a passagem através do estreito de Kerch, a caminho do mar de Azov.
O pacote de medidas inclui “vigilância, supervisão de aviões, e também que alguns barcos da NATO vão para o Mar Negro para assegurar que é um caminho seguro para os barcos ucranianos através do estreito de Kerch, no mar de Azov”, detalhou Hutchison.
Em resposta, o Kremlin deu uma avaliação “negativa” à proposta e disse ainda não compreender bem o conteúdo.
“Não percebemos do que se trata. A situação em torno da navegação no estreito de Kerch é bem conhecida, assim como a posição da Rússia sobre o assunto, que corresponde ao direito e às leis internacionais”, apontou o porta-voz da Presidência da Rússia, Dmitri Peskov.
A Ucrânia acusa o Kremlin de restringir o trânsito pelo estreito de Kerch para converter o mar de Azov, partilhado por russos e ucranianos, numa zona sob controlo russo, enquanto Moscovo assegura que simplesmente quer manter a segurança da ponte da Crimeia, que une a península anexada em 2014 ao resto do território russo.
Segundo a versão russa, no passado dia 25 de novembro, os barcos ucranianos foram detidos em águas russas do Mar Negro, enquanto Kiev assegurou que a captura foi feita ainda em águas internacionais.
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