Esta implantação seria um passo para a adesão da Ucrânia à NATO, realçou Zelensky, numa publicação no seu canal na rede social Telegram.
“Mas antes disso, devemos ter uma compreensão clara de quando a Ucrânia estará na União Europeia e quando a Ucrânia estará na NATO”, frisou Zelensky.
As suas propostas seguem um caminho diplomático delicado no meio dos esforços internacionais para encontrar uma forma de pôr fim ao maior conflito da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, numa altura em que a Rússia ganhou vantagem nos combates.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, procura um cessar-fogo e reuniu-se com Zelensky em Paris no sábado.
Mas Zelensky disse hoje que iria abordar o presidente cessante dos EUA, Joe Biden, sobre a possível adesão da Ucrânia à NATO porque ainda está em funções, enquanto Trump ainda não tem “direitos legais” para decidir sobre o assunto.
“Ele quer um cessar-fogo”, referiu Trump sobre Zelensky, em declarações ao New York Post publicadas no domingo, acrescentando que não abordou detalhes com o governante ucraniano.
“Estou a formular um conceito de como acabar com esta guerra ridícula”, garantiu, referindo ainda que as forças de Putin estão a sofrer pesadas perdas na Ucrânia.
As possibilidades de a Ucrânia aderir à aliança militar da NATO, que conta com 32 nações incluindo Portugal, e de tropas ocidentais ficarem estacionadas no seu solo têm sido questões profundamente divisórias e controversas desde que a invasão em grande escala da Rússia começou, em 24 de fevereiro de 2022.
Na sua cimeira em Washington, em julho, a NATO declarou a Ucrânia num caminho “irreversível” para a adesão, mas não chegou a convidar o país a aderir.
Os Estados Unidos e a Alemanha recusaram que a Ucrânia aderisse à NATO enquanto estavam em guerra. com a Rússia.
Um obstáculo tem sido a opinião de que as fronteiras da Ucrânia necessitariam de ser claramente demarcadas antes de a Ucrânia poder aderir, para que não haja dúvidas sobre onde entraria em vigor o pacto de defesa mútua da aliança. O Exército invasor da Rússia ocupa cerca de um quinto da Ucrânia.
O Presidente francês Emmanuel Macron apresentou a ideia de tropas ocidentais no terreno na Ucrânia, em fevereiro, mas levantou os mesmos receios de escalada que levaram os líderes ocidentais a impor limites ao fornecimento de armas e às permissões para a sua utilização.
Os ‘pesos pesados’ militares europeus, Alemanha e Polónia, disseram imediatamente que não enviariam tropas para a Ucrânia.
Recentemente, Friedrich Merz, adversário do chanceler alemão, Olaf Scholz, nas próximas eleições alemãs, realçou que existe um “consenso básico” na Alemanha sobre a continuação da prestação de ajuda militar à Ucrânia.
Mas durante uma visita a Kiev, também destacou divergências com Scholz, que se recusou a enviar mísseis de cruzeiro de longo alcance da Taurus para a Ucrânia, pois insiste que tudo deve ser feito para evitar uma guerra mais ampla entre o Ocidente e a Rússia.
“A nossa posição é clara, tal como a do meu grupo parlamentar: queremos colocar o seu exército [ucraniano] em posição de alcançar bases militares na Rússia - não a população civil, não a infraestrutura, mas os alvos militares a partir dos quais o seu país está a ser combatido”, apontou, nessa visita.
“Com esta restrição de alcance, estamos a forçar o seu país a lutar com uma mão atrás das costas, e essa não é a nossa posição”, acrescentou o líder da CDU, que está no topo das preferências de acordo com as sondagens, para as eleições de 23 de fevereiro.
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