Numa mensagem vídeo publicada nas redes sociais, Zelesky disse que o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, “já está em discussões” com os parceiros de Kiev sobre novos sistemas de defesa aérea, sobretudo aqueles que “podem proteger vidas face a novos riscos”.
Na mesma mensagem, o líder ucraniano considerou que a Rússia estava a ridicularizar os apelos de contenção do seu aliado chinês ao disparar o míssil experimental de nova geração na quinta-feira contra a região central de Dnipro.
“Da parte da Rússia, isto ridiculariza a posição de estados como a China, dos estados do ‘sul global’, de certos líderes que apelam sempre para a contenção”, comentou.
O líder do Kremlin, Vladimir Putin, afirmou, num breve discurso à nação, que o ataque foi uma “resposta ao uso de armas de longo alcance americanas e britânicas” pelas forças ucranianas em solo russo, advertindo que “não há forma de combater” o novo armamento de Moscovo.
“Atacam alvos a uma velocidade de Mach 10, ou 2,5 a três quilómetros por segundo. Os sistemas de defesa aérea atualmente disponíveis no mundo e os sistemas de defesa antimíssil criados pelos americanos na Europa não intercetam estes mísseis”, observou.
Hoje, Putin ordenou a produção em massa e a continuação dos testes de combate do novo míssil balístico hipersónico Orechnik.
“Vamos continuar com estes testes, especialmente em situações de combate, dependendo da situação e da natureza das ameaças à segurança da Rússia”, declarou durante uma reunião com oficiais militares transmitida pela televisão.
Os serviços de informações ucranianos indicaram hoje que a Rússia deveria produzir a partir de outubro duas amostras experimentais do sistema de mísseis que designam como Kedr, sendo Orechnik apenas um nome código do projeto de investigação, segundo o líder da “secreta” de Kiev.
Kyrylo Budanov, citado pelo jornal digital Euromaidan, explicou que se trata de “um sistema experimental” de um míssil balístico de médio alcance e porta-armas nucleares.
“O facto de o terem usado numa versão não nuclear é, como se costuma dizer, um aviso [dos russos] de que não enlouqueceram completamente”, comentou.
No seu discurso de cerca de oito minutos na quinta-feira, Vladimir Putin indicou que o Exército russo vai alertar a população civil ucraniana para a utilização dos novos mísseis “por razões humanitárias” e também, insistiu, porque “hoje não existem meios para contrariar estas armas”.
Putin defendeu que o uso de armas ocidentais pelas forças ucranianas para atingir o seu país transformou a guerra na Ucrânia num “conflito global” e admitiu atacar os aliados de Kiev envolvidos.
A Aliança Atlântica e a Ucrânia vão reunir-se em Bruxelas na terça-feira para discutir o ataque russo de quinta-feira, revelaram fontes diplomáticas à agência France Presse.
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