“Acho que sim. A posição do COI é a mais razoável. Os termos, as condições e modalidades de o fazer é assunto que tem de ser discutido, avaliado, considerado”, resumiu, em declarações à Lusa, José Manuel Constantino
O presidente do COP defende que “o desporto deve dar é uma mensagem para que as partes se entendam, não deve dar apoio a uma parte contra a outra”, numa altura em que se debatem as presenças nos Jogos Olímpicos de Paris2024.
“O desporto deve ser um fator de pacificação e aproximação entre as partes desavindas. Tudo o que tem sido feito – não no sentido de encontrar soluções equilibradas e pacíficas, mas de armar uma das partes contra a outra – não me parece que deva resultar. E está à vista o que está a acontecer…”, avaliou.
Constantino recorda que “faz parte do histórico” do desporto dar sinais que levem à “aproximação e pacificação das relações das partes em conflito”, independentemente dos países e governos “entenderem isso ou não”.
O facto de a Ucrânia admitir boicotar Paris2024 em caso de reintegração de russos e bielorrussos e de vários países já se terem manifestado contrários à orientação de abertura do COI, entre eles o Reino Unido e a Dinamarca, que criticam a mudança de opinião do presidente do COI, Thomas Bach, foi assumido pelo dirigente luso como normal, “uma vez que no passado já houve situações similares” no maior evento do planeta.
Constantino revela que o tema nunca foi abordado entre o COP e o Governo português, assegurando a “posição completamente autónoma e independente” do organismo que dirige, com o seu rumo a ser “alinhado” pelas organizações desportivas.
“Há um sinal de abertura do COI e os desenvolvimentos ainda são difíceis de definir, prever, nomeadamente qual será a reação de muitos países que, porventura, vão tentar condicionar o posicionamento dos seus comités olímpicos nacionais”, admitiu.
José Manuel Constantino advoga que é melhor “aguardar pelos novos desenvolvimentos” quanto aos sinais do COI, assumindo que neste momento “é prematuro fechar qualquer cenário, pois todos estão em aberto”.
A autarca de Paris, Anne Hidalgo, está em sintonia com o COI, enquanto o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensnki, exigiu ao seu homólogo francês que interdite a presença de atletas dos países cúmplices na agressão militar, que começou em 24 de fevereiro de 2022.
O comité organizador de Paris2024 não tem poder de decisão e o COI recordou, na quarta-feira, que a “autoridade única” na matéria cabe às federações internacionais.
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