A materialização dos nossos direitos laborais muito se deve a estes homens e mulheres que sempre gritaram justiça, igualdade, solidariedade e progresso, mesmo em tempos escuros de cerceamento de liberdades. É fundamental nunca esquecer …
Já são muitos os anos seguidos e sem interrupção os quais me junto a sindicatos, comissões de trabalhadores, associações várias e milhares de cidadãos e cidadãs na praça Martim Moniz e subo a avenida Almirante Reis até à Alameda, onde, aí chegado, me espera a justa e merecida “mini” final, esse “símbolo do proletariado”.
Digo “junto, subo, chego”; conjugo verbos na primeira pessoa do singular, mas sou, ali, sujeito colectivo de facto. Estamos juntos e unidos subimos a avenida até chegarmos à Alameda. Esta é a postura que devemos ter em sociedade. A persecução do bem-comum, de direitos abrangentes, de progressismo conjunto. Com palavras de ordem e ordem na luta concertada!
Muito caminhámos desde 1974. Muito progresso nestes 50 anos. Mas há tanto ainda por alcançar. A forma socio-económica como nos organizamos faz do trabalho pedra de toque. Se assim é sejamos pragmáticos. Tentemos tirar o máximo de benefícios e que soframos o mínimo possível. No estádio civilizacional em que nos encontramos, e com a evolução tecnológica recente e constante, aproveitemos para nos livrarmos das tarefas físicas, mecânicas e repetitivas e que, como isso, consigamos conquistar mais tempo para nós e para os nossos. Na realidade, já não devíamos estar a exigir a redução da jornada laboral para 35 horas semanais, mas antes a implementar uma semana de 4 dias, com a manutenção do horário diário em 7 ou 8 horas máximas. Isso sim é uma visão progressista para o mundo do trabalho, para a qual espero que as estruturas de representação colectiva dos trabalhadores acordem brevemente, abraçando esta causa.
Para aqueles que entendam que existe muito por fazer antes de chegar a esta exigência relembremos que a luta pela conquista de direitos laborais não deve ser priorizada. A importância de cada causa vai depender de cada indivíduo. Se a medida é progressista, se diminui desigualdades, se contribui para uma melhoria na vida do Trabalhador, então: é para reivindicar! Porque o sindicalismo deve estar, como sempre, na linha da frente e trazer novas bandeiras para a discussão conjunta.
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