Nem maiores, nem vacinados
Daqui a alguns anos, serão certamente temas de estudo não só a vida antes e durante a pandemia, mas também como o próprio tempo passou a ser experienciado desde que a Covid-19 entrou nas nossas vidas.
A vida pré-confinamento, medidas de segurança, máscaras, higienização das mãos, etc etc… parece já longínqua, mas deixou de existir há apenas seis meses. Quando comparando com outras pandemias e pragas ao longo da história, torna-se óbvio que, na escala temporal, é bem possível que ainda estejamos longe do fim.
Por outras palavras, a Covid-19 ainda não atingiu connosco a maioridade, é uma doença relativamente nova. Perante o cenário desta nova forma de vida se prolongar indeterminadamente, serve como refúgio mental o facto de tantos países, laboratórios, instituições e centros de investigação estarem todos os dias a trabalhar numa cura ou, pelo menos, num tratamento que faça desta doença suportável.
Há dias, porém, é que essa fé leva um abalo, e este foi um deles. De acordo com a OMS, à data ontem, das 34 vacinas candidatas para a covid-19 em ensaios clínicos, oito estavam na fase final 3, a que antecede o pedido de autorização de comercialização. Uma delas viu agora os seus testes suspensos após reação adversa num voluntário.
O caso em concreto é o da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford. Segundo a farmacêutica, a situação é perfeitamente normal e a reação pode até não estar diretamente relacionada com a vacina.
“Em testes de larga escala, as doenças acontecem por acaso, mas devem ser revistas de forma independente para que sejam verificadas com cuidado. Estamos a trabalhar para acelerar a revisão de um único evento para minimizar qualquer impacto potencial no cronograma do teste. Estamos comprometidos com a segurança de nossos participantes e os mais altos padrões de conduta nos nossos testes", lê-se no comunicado.
O que isto nos demonstra, todavia, é que os prazos estabelecidos originalmente — de ano e meio início do próximo ano ou até segundo semestre deste ano — podem não ser tão próximos como isso. Devido a todos os testes de segurança necessários, em condições normais, uma vacina demora, em média, 10 anos a ser produzida.
Para além disso, existe ainda o lado político da compra, da distribuição, do alocamento a apenas setores específicos da população — os mais frágeis, por exemplo — caso não haja vacinas suficientes para todos.
Por isso mesmo, o presidente do Infarmed veio hoje dar-nos uma “chapada de realidade”, dizendo não haver qualquer data de previsão de uma vacina em Portugal. “A chegada da vacina só ocorrerá quando estiverem reunidas as condições de qualidade, segurança e eficácia”, disse Rui Ivo conferência de imprensa da Direção Geral da Saúde.
Quem se pronunciou também quanto a este caso foi António Costa, justamente recordando que o otimismo não pode substituir a sobriedade. “Não sabemos, ninguém sabe, quando termina a pandemia e sabemos que até haver uma vacina ela não desaparecerá. A semana passada havia um enorme otimismo de que o processo de avanço das vacinas estava rápido. Hoje, todos acordamos com uma má notícia que pelo menos um processo da vacina teve que ser suspenso. É um fator de incerteza”, disse o primeiro-ministro.
Por isso mesmo, Costa vai mantendo o mesmo discurso, de que tão cedo nos livramos desta pandemia e de que é preciso manter o controlo. "A melhor forma de não voltarmos a parar é sermos todos muitíssimo disciplinados no cumprimento das regras. Temos de manter esta pandemia controlada e isso exige uma enorme disciplina da parte de todos nós", comentou, no final da sua visita à 54.ª edição da Capital do Móvel, na Alfândega do Porto.
Voltar ao confinamento, tem sido repetido por todos os membros do Governo, está fora de questão. Mas uma solução imediata também. E enquanto reina a incerteza, vão aumentando os números de infetados no país: hoje, com 646 novos casos, registou-se a maior subida desde 20 de abril.
Amanhã há Conselho de Ministros, significando o decreto de novas medidas que determinarão a nossa vida nos próximos tempos. Porque se as vacinas não chegam, a política há de servir por enquanto.
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