A história não é de agora — e na Ucrânia diz-se que "o melhor amigo dos inimigos é o pânico"
A situação entre a Rússia e a Ucrânia não é novidade, mas os receios de um conflito armado agravaram-se com o alerta dos Estados Unidos da América (EUA) de que um ataque russo pode acontecer "a qualquer momento", ainda antes do fim dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que terminam no próximo domingo, 20 de janeiro.
Neste sentido, o chanceler alemão, Olaf Scholz, vai reunir-se na terça-feira, em Moscovo, com o Presidente russo, Vladimir Putin, em mais um esforço para tentar "garantir a paz na Europa".
Mas vejamos como se chegou a esta ideia de um ataque iminente — e quais os principais desenvolvimentos da crise sobre a Ucrânia nos últimos dias.
Como começou o conflito atual?
O Ocidente acusa Moscovo de pretender invadir novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014, e de apoiar, desde então, uma guerra separatista na região do Donbass, no Leste do país.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desagravamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança. Essas exigências (que os EUA e a NATO recusam) incluem garantias juridicamente válidas de que a Ucrânia nunca fará parte da NATO e que as tropas aliadas no Leste da Europa voltam a posições anteriores a 1997.
Quando se começou a falar numa invasão "a qualquer momento"?
O alerta chegou de Washington na sexta-feira, dia 11, e foi transmitido por Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, tendo por base informações na posse dos EUA sobre um possível ataque da Rússia.
Sullivan disse que os EUA não sabiam se o presidente russo, Vladimir Putin, já tinha tomado a decisão, mas as informações recebidas apontavam para um ataque, que poderá começar com bombardeamentos aéreos. Contudo, a Rússia qualificou os alertas de Washington como "histeria".
O que estão os Estados Unidos a fazer para proteger os seus cidadãos do possível ataque?
Na sequência do alerta, os EUA pediram aos seus cidadãos para saíram o mais rapidamente possível da Ucrânia e Washington anunciou o encerramento da sua embaixada em Kiev e pediu aos norte-americanos que não consigam sair por outros meios para usarem a fronteira polaca.
E ficou ainda um aviso: "O Governo dos EUA não poderá retirar cidadãos norte-americanos no caso de uma ação militar russa em qualquer parte da Ucrânia”, avisou o Departamento de Estado.
Outros países seguiram o exemplo?
Sim. Reino Unido, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Espanha, Israel, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Iraque, Kuwait, Itália, Grécia e Marrocos deixaram o mesmo alerta aos seus cidadãos.
E Portugal?
No domingo, dia 13, Portugal também sugeriu aos portugueses que se encontram na Ucrânia que ponderem “sair temporariamente do país” e desaconselhou viagens a Kiev.
“Devido à tensão militar crescente junto às fronteiras da Ucrânia, não sendo de excluir um agravamento da situação de segurança, desaconselham-se as viagens para a Ucrânia que não sejam estritamente essenciais”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Todavia, Portugal vai manter a embaixada em Kiev aberta para garantir apoio aos portugueses no país — cerca de 240.
Quanto ao envio de militares portugueses para o terreno, Marcelo Rebelo de Sousa recusa pronunciar-se e apenas aponta que Portugal "cumpre as suas obrigações e assume em plenitude a sua posição" na NATO.
Na prática, o que está a acontecer no terreno?
- O Reino Unido diz que a Rússia já tem “130.000 tropas de combate à volta das fronteiras terrestres da Ucrânia” e que “há milhares mais na navegação anfíbia no Mar Negro”. Também o Pentágono fala em "bem mais" de 100 mil soldados russos no terreno;
- Vários países da NATO têm estado a enviar reforços para o flanco oriental da Aliança, incluindo para a Roménia, Polónia, Lituânia;
- Os EUA decidiram enviar mais 3.000 soldados para reforçar a capacidade de defesa dos países da Europa de leste que integram a NATO.
Há razões para temer a situação na Ucrânia?
Face à dramatização da situação, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que “está tudo sob controlo” e pediu que não seja semeado o pânico.
“Não posso dizer se concordo ou discordo [da análise dos EUA]. Reunimos informações e analisamo-las. (…) O melhor amigo dos inimigos é o pânico no nosso país e toda essa informação só ajuda ao pânico e não nos ajuda”, disse Zelensky no dia 12.
A atestar a afirmação está o conflito que não é de agora: “isto não começou ontem, isto começou em 2014. Então, estamos preparados”.
Por sua vez, o embaixador da Rússia na União Europeia, Vladimir Chizhov, defendeu o direito do Kremlin de lançar um "contra-ataque" na Ucrânia em resposta a uma possível provocação.
“Não invadiremos a Ucrânia a menos que sejamos provocados a fazê-lo”, disse o diplomata que representa Moscovo em Bruxelas desde 2005, numa entrevista ao jornal britânico The Guardian.
“Se os ucranianos lançarem um ataque contra a Rússia, ninguém deve surpreender-se se nós retaliarmos. Ou então se eles começarem a matar cidadãos russos descaradamente em qualquer lugar”, acrescentou Chizhov.
O que acontece se a Rússia avançar com a invasão?
Os EUA e os seus aliados prometeram aplicar sanções nunca vistas à Rússia se invadir a Ucrânia. Os pormenores não foram divulgados, mas estas são algumas das questões apontadas até ao momento:
- A retirada da Rússia do sistema de transferências interbancárias, o que poderá afetar o acesso aos lucros internacionais do petróleo e do gás, que representam 40% das receitas russas;
- O adiamento da entrada em funcionamento do gasoduto Nord Stream 2, que liga diretamente a Rússia à Alemanha, pode ser outra das sanções, mas Moscovo também pode cortar os fornecimentos de gás à União Europeia;
- Os EUA podem restringir a exportação de tecnologia para a Rússia, sobretudo em áreas como a indústria aeroespacial e de defesa, robótica ou inteligência artificial, que Moscovo não poderá substituir facilmente;
- Os ministros das Finanças do G7 estão prontos a impor sanções económicas e financeiras com “consequências maciças e imediatas para a economia russa” no caso de uma agressão militar contra a Ucrânia.
* Com Lusa
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