Cantaram "Bella Ciao". Mas afinal o que foi Orbán fazer ao Parlamento Europeu?
Os eurodeputados debateram com o primeiro-ministro Viktor Orbán, esta quarta-feira, as prioridades da Hungria para a sua Presidência semestral do Conselho, que teve início a 1 de julho, mas o momento mais memorável foi quando se cantou "Bella Ciao".
No início da sessão, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, referiu que a Presidência húngara acontece numa altura em que a UE está a dar "passos significativos em frente", incluindo "apoiar a Ucrânia, reforçar a competitividade europeia e construir uma Europa mais estável e segura". Recordou ainda que o Parlamento é a casa da democracia, "onde o Estado de direito e a liberdade de expressão são sagrados" e onde "podemos nem sempre concordar, mas daremos sempre espaço à partilha respeitosa de pontos de vista".
De seguida viria o primeiro-ministro Viktor Orbán, que começou por salientar que "a UE precisa de mudar" e é o que quer com a presidência húngara.
Segundo Viktor Orbán, a situação da UE é muito mais grave do que em 2011 - durante a primeira Presidência húngara do Conselho da UE -, mencionando a guerra na Ucrânia, a escalada de conflitos no Médio Oriente e em África, a migração, os riscos para o espaço Schengen e a perda de competitividade da Europa a nível mundial.
A competitividade é também uma questão fundamental para a Presidência húngara, uma vez que o crescimento económico da UE nas últimas duas décadas foi significativamente inferior ao da China e dos EUA, com a quota-parte da UE no comércio mundial também a diminuir, referiu Orbán.
"Em resultado do abandono das fontes de energia russas, a UE perdeu um crescimento significativo do PIB", disse, e considerou os preços da energia um obstáculo fundamental ao aumento da competitividade. "Não devemos cair na ilusão de que a transição ecológica, por si só, oferece uma solução para o problema", acrescentou, argumentando ainda que a descarbonização conduziu ao abrandamento da produtividade e à perda de postos de trabalho.
Relativamente à migração, Viktor Orbán advertiu que "sem centros de registo externos não podemos proteger os europeus da migração ilegal". "O sistema de asilo da UE simplesmente não está a funcionar. A migração ilegal conduziu a um aumento do antissemitismo, da violência contra as mulheres e da homofobia", afirmou. Propôs também a realização regular de "cimeiras Schengen" e insistiu em que a Bulgária e a Roménia se tornem membros de pleno direito da zona de livre circulação até ao final do ano.
Sobre o alargamento, Viktor Orbán apelou à aceleração da adesão dos países dos Balcãs Ocidentais e salientou que "sem a adesão da Sérvia, não podemos estabilizar os Balcãs".
Defendeu ainda uma indústria de defesa da UE, um setor agrícola competitivo e favorável aos agricultores e a importância da política de coesão da UE. "Os fundos de coesão não são uma instituição de beneficência nem um donativo, são uma das maiores formas de política de investimento na UE e constituem um pré-requisito para equilibrar o mercado único", afirmou.
Momento "Bella Ciao"
No final do discurso, enquanto alguns aplaudiam a intervenção de Viktor Orbán, os eurodeputados do grupo parlamentar The Left, do qual fazem parte os portugueses Catarina Martins e João Oliveira, bem como alguns socialistas, começaram a cantar a música da resistência antifascista italiana "Bella Ciao", impedindo o início da intervenção da presidente da Comissão.
A música “Bella Ciao” ficou conhecida pela importância que adquiriu na luta antifascista italiana durante o regime de Benito Mussolini e contra as tropas nazis.
Do lado oposto do hemiciclo, um grupo de eurodeputados do Patriotas pela Europa, onde se incluem os deputados do Chega, levantou-se para aplaudir Viktor Orbán. O grupo, que incluiu o eurodeputado português Tiago Moreira de Sá, continuou a aplaudir, enquanto os eleitos à esquerda continuavam a cantar.
Durante este impasse, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, exigiu respeito pela instituição, mas os eurodeputados não acederam imediatamente.
“Isto não é a Eurovisão. Isto mais parece a ‘Casa de Papel’, mas isto não é a Eurovisão, vamos respeitar a dignidade desta casa”, criticou a presidente do Parlamento Europeu, aludindo à série televisiva espanhola que voltou a popularizar esta mesma canção mais recentemente.
A resposta de von der Leyen
Em resposta ao primeiro-ministro Viktor Orbán, Ursula von der Leyen afirmou o compromisso da UE de apoiar a Hungria após as recentes inundações e definiu três prioridades fundamentais: Ucrânia, competitividade e migração.
A presidente da Comissão criticou a posição da Hungria em relação à Rússia, lamentando que "um Estado-Membro em particular" ainda esteja a tentar comprar combustíveis fósseis à Rússia, apesar do compromisso da UE de ser independente do ponto de vista energético.
No que diz respeito à migração, Ursula von der Leyen condenou a decisão da Hungria de libertar condenados por tráfico humano. Também questionou as suas políticas em matéria de vistos, como a flexibilização dos requisitos de entrada na UE para cidadãos russos, alertando para o facto de "tornar a Hungria um risco para a segurança, não só para a Hungria, mas para todos os Estados-Membros".
Salientando o potencial da Hungria na UE, von der Leyen citou Viktor Orbán em 2011, para lhe pedir para "servir a causa da unidade europeia" em vez de se afastar dos valores comuns.
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