Portugal junta-se assim aos 27 países representados no programa e, pela primeira vez, coordena uma delegação. Os professores convidados para assumir este papel vêm da ESHTE, que se associa à organização do congresso com o objetivo de explorar “o vasto potencial da gastronomia científica como uma ferramenta para enfrentar grandes desafios sociais, incluindo os da sustentabilidade, da segurança alimentar e da inovação”, refere em nota de imprensa.

Os docentes que vão representar Portugal são José Pestana, professor e coordenador da área científica de saúde, ciência e tecnologia dos alimentos da ESHTE, Nelson Félix, chef, professor e co-coordenador da área científica de hotelaria e restauração da ESHTE, e Carlos Brandão, professor de segurança alimentar na gastronomia e Presidente da instituição.

“Eu e o professor e chef Nelson Félix estivemos em Barcelona a assistir ao congresso realizado em novembro de 2024, com delegações de mais de duas dezenas de países, e surgiu, entretanto, um convite oficial da organização para formarmos a delegação portuguesa do SCWC, colmatando uma lacuna evidente”, conta o docente. 

A primeira edição do SCWC foi realizada em 2019, também em Barcelona, como uma extensão de um congresso que se realiza anualmente na Catalunha. Este é um projeto com uma dimensão global, que conta com a participação de 210 especialistas de 32 nacionalidades diferentes. Viajando pela gastronomia do mundo, o SCWC passa agora por Portugal, com a curadoria da ESHTE, uma instituição “reconhecida pela qualidade do trabalho desenvolvido na área”, descreve José Pestana. 

Os académicos portugueses vão ter a oportunidade de se sentarem à mesa com grandes nomes da gastronomia internacional, passando pelos Estados Unidos da América, com o escritor Harold McGee, presidente honorário do SCWC, por Espanha, com Pere Castell, presidente executivo, e Ferran Adrià, presidente do comité científico do projeto, entre outros países do globo. 

O evento compreende um programa extenso com apresentações, mesas redondas, sessões de trabalho e workshops sobre a ciência da gastronomia. Articulando sabor com inovação, estes especialistas partilham experiências que visam, em última instância, dar a conhecer os últimos avanços feitos no âmbito da disciplina. 

Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril créditos: Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril

E, para isso, no final de cada congresso é publicado um manifesto com recomendações e acordos de compromisso para com a conservação de espaços naturais, a sustentabilidade das práticas gastronómicas, o desperdício zero, entre outros temas de carácter ambiental e pedagógico. Este documento é direcionado ao setor económico da alimentação e da gastronomia, à administração e aos responsáveis pela educação ambiental. 

A Escola Superior da Hotelaria e Turismo do Estoril representa uma dessas instituições, cuja oferta formativa “promove a adoção de práticas culinárias com base em evidências científicas” e disponibiliza “o acesso a informações e experiências internacionais únicas, no âmbito do Science and Cooking World Congress”.

“Os nossos estudantes já estudavam pelos livros do Harold McGee, uma grande referência na área das ciências gastronómicas, e desta forma terão, por exemplo, a oportunidade de participar na Summer School da SCWC, que se realiza geralmente em Itália, e em trabalhos de investigação que iremos desenvolver e que serão apresentados em futuras edições do congresso. A ESHTE reforça a sua posição, assim, na vanguarda da inovação culinária”, conclui José Pestana.

*Texto escrito pela jornalista estagiária Ana Filipa Paz  e editado pela jornalista Ana Maria Pimentel