A saúde mental e o bem-estar no contexto da nossa vida profissional e do que as empresas podem fazer para promover formas que permitam viver e trabalhar melhor é o tema neste podcast. Pode ouvir o primeiro episódio de "It's Ok To Not Be Ok" diretamente no Spotify.
A empresária e rosto do Rock in Rio em Portugal chegou "bagunçando o coreto" com o seu otimismo e fé inabalável no bem que todos nós podemos fazer uns pelos outros.
“Somos todos parte desse projeto único, que é a vida nesse planeta. Cada um de nós tem uma função, mas o projeto é um só. Se a gente olhar dessa forma, a gente começa a se preocupar mais com o vizinho”, diz Roberta Medina.
É com esta esperança que a produtora de eventos encara a 9.ª edição do festival Rock in Rio Lisboa, que já foi adiada duas vezes desde o início da pandemia da Covid-19.
Explica que é fácil desmotivar e que ficou “de luto” com o segundo adiamento, especialmente por ter de trabalhar a moral dos colaboradores sem certezas do que ia acontecer. Conta ainda que uma reunião com a equipa de cerca de 130 pessoas rápida e espontaneamente se tornou num consultório, em que todos partilharam como se estavam a sentir relativamente aos confinamentos.
Para Roberta Medina, o período que estivemos em casa "acentuou a necessidade [de falarmos uns com os outros]” e “reforçou a importância do ser humano”.
Apesar de todas as dificuldades e perdas que a pandemia trouxe e/ou acentuou, a empresária encara o período como "extremamente produtivo, onde a gente teve tempo para se dedicar à criação como nunca antes", afirma. "De alguma forma fomos obrigados a desacelerar um pouco. Eu adorava fazer o deslocamento casa-trabalho porque sempre foi um tempo de baixar a poeira. Eu agora não quero ficar 50 minutos no engarrafamento. Passei a ser muito mais mãe agora porque eu posso jantar com os meus filhos", revela.
Passado três anos desde a última edição do festival, apenas 9% das pessoas devolveram o seu bilhete. "A relação com o público é uma beleza e foi uma das partes mais estimulantes e que nos energizaram ao longo deste processo", conta Roberta Medina.
Previsto para os dias 18, 19, 25 e 26 de junho de 2022, o Rock in Rio Lisboa vai ser “a loucura”, diz a responsável pelo evento em Portugal que acredita que 2022 “vai ser o ano do reencontro”.
"É muito bom que a gente tenha ampliado as nossas possibilidades com o acelerar da tecnologia. Isso fez o mundo ficar maior e mais conectado. Mas a vida é ao vivo", garante a filha de Roberto Medina.
Notas sobre o podcast
O nome do podcast, “It’s ok to not be ok”, é nada mais nada menos que um empréstimo à frase repetida durante os jogos olímpicos a propósito da decisão de Simone Biles de não participar na maior parte das provas em Tóquio.
A saúde mental é um dos problemas mal resolvidos que a pandemia deixou a descoberto e, quando uma atleta olímpica de topo o trouxe para o espaço público, apenas reforçou a urgência de conversar e partilhar experiências e para que se encontrem novas respostas.
Por isso, nesta série de conversas Rute Sousa Vasco, jornalista e publisher da MadreMedia, e Inês Cabral, Head of Marketing do LACS - Community of Creators, desafiaram empresários e gestores a partilhar as suas histórias de como a pandemia mudou a forma como trabalhamos e como nos vemos no mundo do trabalho.
As conversas são gravadas no edifício do LACS, nos Anjos, em Lisboa, onde a MadreMedia tem instalado o estúdio “Next” de produção de conteúdos.
Foi também no LACS que ocorreu o evento de lançamento do podcast com a presença de Sandro Resende, artista plástico e co-criador do Manicómio, um projeto de intervenção e saúde mental onde se estimula a criação de arte pelos artistas residentes, que experienciaram ou experienciam doença mental. Pode ver a reportagem aqui.
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